Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
13/7/2005 | Atualizado 23/9/2005 às 10:30
Edson Sardinha |
Os ministérios dessa área não aceitam, por exemplo, a criação de um fundo para o desenvolvimento de políticas públicas de inclusão social dos afro-brasileiros, previsto no projeto do Estatuto da Igualdade Racial. A resistência governista prejudica a adoção das cotas raciais no ensino superior, nos concursos públicos e no mercado de trabalho, principal novidade estabelecida na mesma proposta (leia mais: 1011-estatuto-racial). Luiz Alberto também critica a resistência interna dos partidos às discussões raciais. Segundo ele, nem mesmo o PT conseguiu implantar políticas públicas nesse sentido. Na avaliação do coordenador da frente parlamentar, o governo federal já apresentou avanços, como a criação de uma secretaria voltada para a área, mas precisa ir além. Isso, alerta o deputado, só vai ocorrer com a pressão do movimento negro. Congresso em Foco - O relator do projeto do Estatuto quer restringir a cota nas universidades públicas a estudantes negros com renda per capita de dois salários mínimos e que tenham cursado o ensino médio em escola pública. O senhor concorda com essa mudança? O Estatuto obriga os partidos a reservarem 30% de suas candidaturas para negros. Esse assunto poderá ser discutido também na reforma política? Como está essa discussão sobre a cota partidária? "Eu, particularmente, defendo que haja reserva Que porcentual o senhor defende? O senhor acredita que os deputados aceitariam discutir um tema como esse? "Não há nenhuma vontade entre os parlamentares brasileiros de discutir questões raciais. Isso ainda Por que isso ainda ocorre? Os partidos não se abrem para o debate interno em relação a isso. Nesse caso, todos estão no mesmo leque. Tanto os partidos de direita quanto os de esquerda ainda apresentam uma resistência muito grande em relação a questões raciais. Até no seu partido, o PT, isso ocorre? Houve um estímulo ao debate nacional sobre o assunto, as políticas de combate à desigualdade nas comunidades remanescentes de quilombos também avançaram. O presidente sancionou o projeto de lei da Câmara que estabelece a obrigatoriedade do ensino da História da África no Brasil. Mas são ações ainda insuficientes para que as demandas apresentadas pela sociedade brasileira sejam atendidas. Que outras medidas seriam necessárias? A outra ação necessária é o investimento maciço na melhoria do ensino fundamental e médio das escolas públicas. Também é urgente a adoção da reserva de vagas em todos os níveis do serviço público. É preciso combinar políticas de ação afirmativa específicas para a população negra e indígena com a política universal de qualificar melhor o ensino. Avançaríamos muito mais. O que a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial representou nesse contexto? Essa secretaria, por exemplo, não tem papel executivo, mas de dialogar com os demais ministérios para o desenvolvimento da política de ação afirmativa nas outras pastas. No entanto, a estrutura do Estado resiste. Ela acaba tendo um papel mais figurativo? No entanto, algumas pastas têm sido mais sensíveis do que outras, como a da Saúde e a do Desenvolvimento Agrário. Mas não vejo disposição em outros ministérios de se colaborar para que esse processo se desenvolva com mais velocidade. A desigualdade social no Brasil é imensa e está vinculada à exclusão racial. A rigidez dessa política fiscal prejudica evidentemente essa política. Deveria haver outro olhar para uma área que vai garantir a qualidade de vida das pessoas e influenciar na redução da violência. Essa sensibilidade tem de haver por parte de alguns setores do governo. "Mas não vejo disposição em outros ministérios de se colaborar para que esse processo (de inclusão social) O governo Lula ainda está devendo para esses movimentos? |
Temas
REAÇÃO AO TARIFAÇO
Leia a íntegra do artigo de Lula no New York Times em resposta a Trump
VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Filha de Edson Fachin é alvo de hostilidade na UFPR, onde é diretora
MANOBRA NA CÂMARA
Eduardo Bolsonaro é indicado a líder da Minoria para evitar cassação