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Congresso em Foco
27/9/2017 18:56
[fotografo]Agência Brasil[/fotografo][/caption]Que o estado brasileiro é paquidérmico, interventor ao extremo e na maioria das vezes não propicia um ambiente adequado para negócios é fato. Agora, misturar esta situação com uma ação que visa a garantia da saúde pública é um lastimável exagero, além de um erro grotesco de compreensão. O Rock in Rio é um ambiente fantástico de exemplo de projeto empreendedor de sucesso. Absolutamente tudo é monetizado e com alto valor agregado. E é justamente por isso que o evento dá certo. Alia qualidade, organização, gera experiências inesquecíveis a seu público, que estando satisfeito consome sem culpa. Essa constatação é outra amostra de que essa falsa polêmica em volta da chef está equivocada.
No caso específico do evento, todos os empreendimentos de venda de alimentos puderam empreender, com exceção de um, que não cumpriu com as legislações sanitárias, mesmo tendo sido orientado previamente.
Outro aspecto absolutamente desnecessário é a demonização dos servidores públicos fomentada por alguns dos defensores da chef. Muitos, inclusive, detentores de mandatos políticos. Neste momento, esquecem que em suas atividades parlamentares também são servidores públicos e quando generalizam acabam se colocando no mesmo cesto. Sou gestor público há seis anos, presido uma autarquia federal e posso afirmar que existe muita gente boa, qualificada e que se esforça para prestar um bom serviço à sociedade. Não será demonizando pais e mães de família que faremos um país melhor.
Esta é uma grande demonstração do quão sectário e oportunista é a ação destes imprudentes. Aproveito para deixar claro aqui que estou entre aqueles que defendem uma reforma na máquina administrativa do Estado. Acredito que existem categorias e corporações públicas que possuem benefícios desproporcionais a realidade do Estado brasileiro. Confio que a meritocracia deve ser implementada e "etc etc", mas tudo isso de forma equilibrada e respeitosa.
Por estas constatações é que acredito que o cidadão deve ter muita atenção com esses movimentos que estão em curso em nosso país. Em ambos os polos políticos se encontram monumentos de imposição de suas narrativas goela abaixo da realidade. Esta prática desgastada e habitual da extrema esquerda passou a ser exercida por alguns que querem se intitular da "nova direita" e que apareceram apenas no momento em que ficou "cool" se dizer de direita. Esta prática é antiga e nos trouxe até aqui, esse discurso raivoso, neste e noutros episódios, coloca seus propagadores na extrema direita. E a discussão ao redor dos extremos não leva ninguém a lugar algum.
Acredito que se quisermos realmente mudar o país, será com equilíbrio. Com discussões ponderadas. Sem caça às bruxas. Onde a técnica seja responsável pela condução das discussões técnicas. Que não usemos subterfúgios para discutirmos de forma rasa situações complexas, apenas para fazer proselitismos políticos para seus seguidores.
É nisso que acredito e assim que tento proceder.
*Rodrigo Lorenzoni é presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS, médico veterinário e empresário.
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