Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
Informativo no ar!
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Proteger as mulheres nas eleições é fortalecer a democracia

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

mulheres na política

Proteger as mulheres nas eleições é fortalecer a democracia

Apenas 7% das cerca de 200 representações de violência política de gênero resultaram em ações penais eleitorais

Congresso em Foco

5/10/2024 9:37

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação
Michelle Ferreti e Ana Cláudia Oliveira * As eleições municipais são uma importante porta de entrada para quem deseja construir uma carreira política. E a dinâmica da disputa pelo poder nas cidades pode ajudar a compreender por que tantas mulheres vão ficando pelo caminho, com suas trajetórias políticas interrompidas. Entre os vários obstáculos vivenciados por elas para participar da vida pública, os efeitos perversos da violência política de gênero e raça saltam aos olhos. Estudos revelam que 58% das prefeitas brasileiras em exercício afirmam ter sido vítimas de violência política de gênero, um aumento de cinco pontos percentuais em relação às governantes do mandato anterior. Além disso, 66% delas foram alvo de ataques, ofensas e discurso de ódio nas redes sociais durante a campanha política de 2020. Cabe destacar que, em 2024, o Brasil terá seu primeiro pleito municipal após a promulgação da Lei 14.192/2021, que traz dispositivos para prevenir, reprimir e combater a violência política contra as mulheres. No entanto, as alterações no ordenamento jurídico vêm se mostrando insuficientes para garantir condições mais igualitárias e seguras para aquelas que desejam participar da corrida eleitoral. De intimidações por métodos que variam entre constrangimentos sutis a chantagens explícitas, passando por violência econômica, agressões físicas e até ameaças de morte, a hostilidade contra mulheres na política começa muito antes do período de campanha eleitoral. São inúmeros os relatos de mulheres que não conseguiram homologar suas candidaturas nas convenções partidárias, onde, por vezes, ainda prevalece o pacto masculino, branco e elitista que prioriza os concorrentes já estabelecidos no campo político, em detrimento da aposta nas novas entrantes. As que conseguem passar por esse filtro inicial precisam ainda seguir lutando para conseguir recursos mínimos para suas campanhas e visibilidade na propaganda eleitoral em rádio e televisão, principalmente naqueles momentos de maior audiência e nas datas mais próximas da votação, quando o eleitorado acaba firmando, de fato, sua decisão de voto. A essa lista de ingredientes, adiciona-se ainda a pobreza de tempo decorrente da sobrecarga com o trabalho doméstico e de cuidados, além de perseguições e ataques nas redes sociais que apelam a estereótipos estigmatizantes machistas e racistas relacionados ao corpo, à estética, ao comportamento sexual e à vida familiar. Se nas eleições de 2020, eram três as capitais sem mulheres na disputa pelas prefeituras, este número dobrou em 2024. As cidades de Cuiabá, Manaus, Rio Branco, Fortaleza, João Pessoa e Florianópolis não contam com nenhuma candidata a prefeita, conforme levantamento realizado pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos). Apesar de serem metade da população, elas correspondem a somente 15% das candidaturas a prefeituras em todos os municípios do país, um ínfimo aumento de 1 ponto percentual em relação ao último pleito. Nesse cenário preocupante, o Monitor da Violência Política de Gênero e Raça, divulgado pelo Instituto Alziras, traz ainda outros dados alarmantes: das cerca de 200 representações de violência política de gênero monitoradas pelo Ministério Público Federal desde a aprovação da nova lei, apenas 7% resultaram em ações penais eleitorais, com uma única sentença condenatória até janeiro de 2024. Além disso, a totalidade das denúncias oferecidas pelo Ministério Público nesse período referem-se a mulheres com mandatos, sugerindo que candidatas estão lidando com duas barreiras simultâneas de acesso tanto à política quanto à justiça. Em tempos eleitorais, é fundamental lembrar que violência política de gênero e raça é crime. E não apenas contra as mulheres. Trata-se de um atentado contra a democracia, já que toda a sociedade sai perdendo quando maiorias populacionais são impedidas de participar das decisões que afetam a vida coletiva.  * Michelle Ferreti é diretora de pesquisa do Instituto Alziras. Ana Cláudia Oliveira é coordenadora de pesquisas do Observatório Nacional da Mulher na Política da Câmara dos Deputados.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

mulheres na política violência política de gênero Instituto Alziras eleições 2024

Temas

Fórum Opinião País Eleições

LEIA MAIS

ELEIÇÕES

STF confirma restrição a candidatos que não prestaram contas no prazo

MODA POLÊMICA

Deputado propõe multa pesada a quem levar bebê reborn ao SUS

País

Após decisão judicial, Bolsonaro perde título de cidadão de Natal

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

MODA POLÊMICA

Deputado propõe multa pesada a quem levar bebê reborn ao SUS

2

Painel do Poder

Proposta pelo fim da escala 6x1 racha Congresso; metade se diz contra

3

JOGO DO TIGRINHO

CPI das Bets: Rico se cala após pergunta sobre confissão de crimes

4

JUDICIÁRIO

STF publica acórdão que anula mandatos com base nas sobras eleitorais

5

PLATAFORMAS DIGITAIS

AGU dá 24h para Meta e TikTok removerem fake news sobre Janja

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES