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Jornais: Ideli afaga aliados com R$ 150 milhões para bases eleitorais

Congresso em Foco

5/8/2011 | Atualizado às 11:07

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FOLHA DE S.PAULO Ideli afaga aliados e anuncia R$ 150 mi para bases eleitorais A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse ontem ter autorizado vários ministérios a gastar R$ 150 milhões no pagamento de obras ligadas a pedidos de deputados e de senadores. O valor anunciado por Ideli se refere ao que se chama de "restos a pagar", ou seja, emendas ao Orçamento de outros anos e que ainda não foram liquidadas. É uma forma de tentar conter a insatisfação de aliados ao Planalto. Hoje há um clima hostil na Câmara e no Senado em relação ao governo. Nesta semana, a oposição conseguiu por algum momento o apoio de 27 senadores e quase instalou uma CPI para investigar a corrupção nos Transportes. O Palácio do Planalto, no entanto, forçou a retirada de dois nomes e abafou a iniciativa da oposição. Em entrevista ao programa "Poder e Política", Ideli disse: "Nós já tivemos neste primeiro semestre a liberação já efetivada, pagos, de R$ 770 milhões. E estou agora nesta semana autorizando os ministérios para mais R$ 150 milhões". Ao longo do segundo semestre, o valor a ser liberado será maior. Militares criticam escolha de diplomata para Forças Armadas A reação ao nome do embaixador Celso Amorim para a Defesa foi ruim particularmente no Exército, que teve uma relação difícil e conflituosa com um outro ministro da Defesa pinçado da carreira diplomática: o embaixador José Viegas, que ocupou a pasta no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Oficiais que trocaram telefonema ontem à noite criticaram a escolha de Amorim e um deles foi bem claro em conversa com a Folha: "Desde quando diplomata gosta de guerra? É como botar médico para cuidar de necrotério. Parece brincadeira". Apesar do temperamento duro de Jobim, ele tinha boa relação e o respeito dos comandantes e dos oficiais-generais (os de maior patente) das três Forças, que reconheciam nele um aliado para reivindicar programas e para reduzir o que consideram "preconceito" do governo de esquerda contra os militares. A boa relação não se reproduzia nas bases militares, que consideravam Jobim "arrogante" e ironizavam que ele se comportava como "dono das Forças Armadas". Mas eram críticas internas, que não comprometiam o comando e a desenvoltura de Jobim nas três Forças. Quanto a Amorim, ele é tido como uma grande incógnita, mas militares do Exército admitem que a primeira fase de adaptação mútua não será fácil. Um grande desafio do novo ministro é a falta de perspectiva de descontingenciamento dos recursos severamente atingidos pelos cortes no Orçamento. Dilma não fez consulta formal, mas sim uma deferência com os três comandantes militares, o general Enzo Peri (Exército), o brigadeiro Juniti Saito (Aeronáutica) e o almirante Júlio Soares de Moura Neto (Marinha). Ela convidou ontem os três para permanecer nos cargos, o que foi interpretado como uma forma que ela encontrou para consultá-los sobre a escolha de Amorim. Uma curiosidade é que Jobim e Amorim nunca foram amigos ou mesmo próximos durante a convivência no governo Lula. A interlocutores, costumavam fazer comentários irônicos sobre o outro. Lula elogia Jobim, mas afirma que nem Pelé é insubstituível Fiador de Nelson Jobim no governo Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Bogotá que, se forem verdadeiras, suas declarações "criam uma situação constrangedora". Ele comparou Jobim com Pelé: "Jobim é o homem que tem conduzido o Ministério da Defesa com muita grandeza. Um trabalho excepcional. Mas se até o Pelé não estiver jogando bem, o técnico tira". Ideli é "gordinha", e não "fraquinha, argumenta Sarney Ao defender Nelson Jobim, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou Ideli Salvatti (Relações Institucionais) como exemplo para dizer não acreditar que o ministro tenha feito referências desabonadoras ao governo Dilma Rousseff. "O que posso dizer é que o ministro Jobim é um homem muito experiente, muito equilibrado. Jamais faria comentário qualquer que pudesse atingir as pessoas ou pudesse atingir o governo. Eu acho até que esta [declaração] não combina com a ministra Ideli porque a Ideli é até bem gordinha, não é bem fraquinha", afirmou. Personalista, Jobim foi o primeiro titular de fato da Defesa - análise Os quatro anos do gaúcho Nelson Jobim à frente da pasta da Defesa, com diversas polêmicas, significaram até para seus detratores o primeiro mandato de um ministro civil à frente dos assuntos militares no país. Desde que Fernando Henrique Cardoso criou o ministério e submeteu as três Forças Armadas a ele, em 1999, seu objetivo institucional não havia sido alcançado. Houve ministros fracos politicamente (como Élcio Álvares), ineptos (como Waldir Pires) ou apáticos (como Geraldo Quintão ou José Alencar). Nenhum deles, contudo, fez frente aos seus comandados militares, acostumados por décadas a cuidar cada um de seus interesses, orçamentos e prioridades - fora as incursões na política, com os resultados conhecidos. Com Jobim, que herdou o caos aéreo da gestão Waldir Pires, as coisas mudaram. Respaldado por Lula e compondo com os militares em questões caras à caserna, como na disciplina imposta aos controladores de voo ou contra a revisão da Lei de Anistia, Jobim ganhou autoridade inexistente nos antecessores. Ex-ministro do PR mantém aliados em órgãos públicos Enquanto a bancada do PR no Senado promete independência em relação ao governo, senadores da legenda continuam com influência na administração pública. O ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que fez um discurso duro contra o Palácio do Planalto anteontem, no retorno ao Senado, mantém indicados. Foi pelas mãos de Nascimento que o ex-deputado estadual pelo PR Sabá Reis assumiu a Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental, em março. O site do órgão informa que ele está lá a convite do ex-ministro. Reis disse que não tinha "nada a declarar" sobre a crise no PR. Nascimento indicou Afonso Luiz Costa Lins Júnior, diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O diretor disse que o atual ministro, Paulo Sérgio Passos, decidiu mantê-lo no cargo por ter "ficha limpa". O ex-ministro também recomendou o superintendente da Administração de Hidrovias da Amazônia Ocidental, Sebastião da Silva Reis, que também afirmou ter recebido um telefonema do atual ministro. "Recebi um pedido para que eu continuasse no cargo." Outro aliado é Silvio Romano Jr., diretor de Engenharia e Operações da Companhia Docas do Maranhão. A Folha não o localizou. O senador Magno Malta (PR-ES) tem indicados nos Transportes. Trata-se de Maurício Malta, seu irmão e chefe da assessoria parlamentar do Dnit. O Ministério dos Transportes disse que "não há motivo que justifique o afastamento ou a troca dos dirigentes". Conab pediu "brevidade" a pagamento sob suspeita O procurador-geral da Conab, Rômulo Sulz Gonsalves Junior, mandou ofícios à diretoria financeira do órgão recomendando que fosse pago, "com a maior brevidade possível", os R$ 8 milhões devidos a uma firma em nome de laranjas. O pagamento provocou a saída do irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ex-diretor de finanças da companhia, e uma crise na Agricultura. Jucazinho, como é conhecido Oscar Jucá Neto, disse em entrevista à revista "Veja" que há "bandidos" na Conab, e sugeriu que o ministro Wagner Rossi participava de esquemas de corrupção. Embora tivesse o aval da área jurídica, Jucá Neto autorizou o pagamento à Renascença usando recursos de uma fonte orçamentária que não poderia ser usada para pagar dívidas. Ata clonada pode impedir campanha do PSD em 2012 A revelação de que o PSD, partido patrocinado pelo prefeito Gilberto Kassab, usou atas clonadas para criar diretórios em diversas cidades do país aumentou o risco de a sigla não sair do papel até outubro, prazo-limite para poder disputar as eleições municipais de 2012. Ontem, a Folha mostrou que documentos usados para formalizar a criação de diretórios municipais do PSD reproduzem o mesmo texto para descrever diferentes reuniões, repetindo até erros de português. Com base na reportagem, o DEM, partido que Kassab deixou para fundar o PSD, entrará com uma representação na Procuradoria-Geral Eleitoral solicitando apuração. "É claro o indício de falsidade ideológica", afirmou o presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN). A investigação poderá dificultar o registro do PSD na última instância, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Kassab afirma que partido tem "cuidado" de fazer relatos iguais O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, defendeu ontem a clonagem das atas para formalização de diretórios do PSD. Segundo ele, o comando da nova sigla orientou a utilização de um modelo do documento, por um "cuidado deliberado". "Esse cuidado é deliberado. A orientação é que façam a ata próxima ou igual, para que não corramos o risco de ver adversários da democracia saírem vitoriosos", afirmou o prefeito. Ele disse que rivais tentam dificultar a criação de seu partido. O prefeito disse que seus advogados estão "tranquilos" sobre a legalidade do procedimento. PT-RJ prepara desembarque de "projeto Cabral" As eleições municipais no Rio serão o primeiro passo para a saída do PT da aliança com o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). A sigla quer lançar nomes nas principais cidades da região metropolitana em 2012 para formar base para a candidatura do senador Lindberg Farias (PT) ao governo em 2014. A movimentação mais drástica é a transferência do título da deputada federal Benedita da Silva (PT) para São Gonçalo, na região metropolitana, para disputar a prefeitura do segundo colégio eleitoral do Estado. O PT deve lançar ainda nomes em Nova Iguaçu e Niterói, quarto e quinto colégios eleitorais. "Certamente o PT terá candidato em 2014. Isso não quer dizer que o PMDB não possa participar. Por que eles não poderiam nos apoiar?", diz Jorge Florêncio, presidente do diretório estadual do PT. A sigla quer eleger 20 prefeitos no Estado - tem atualmente oito. Paraense, jogador Ganso fará de graça campanha contra a divisão do Estado Para contra-atacar a campanha do marqueteiro Duda Mendonça pela criação de mais dois Estados no atual território do Pará, uma das frentes contrária à divisão vai usar como garoto-propaganda o jogador paraense Paulo Henrique Ganso, do Santos. O convite partiu do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o também paraense Ophir Cavalcante. Ganso nasceu em Ananindeua, na região metropolitana de Belém. Leia mais sobre o assunto no Congresso em Foco Giovanni: divisão do Pará vai criar pólo Norte-Nordeste Engajado na campanha contra a divisão do Estado no plebiscito que vai ocorrer em dezembro, Cavalcante disse que falou pessoalmente com o jogador na semana passada, na Vila Belmiro. A assessoria do jogador confirmou que ele concordou em participar gratuitamente da campanha. Mercados têm pior dia desde crise de 2008, e cresce medo de recessão Os mercados tiveram ontem o dia mais nervoso desde a crise financeira de 2008 e elevaram o receio de que a economia mundial entre em novo período de recessão. As Bolsas caíram na Ásia, na Europa e nas Américas - a de SP teve um dos piores desempenhos no mundo, perdendo 5,7%. O dia começou com ação do Japão para desvalorizar o iene, para onde investidores preocupados vinham fugindo. A decisão do Banco Central Europeu de comprar títulos de países em crise, deixando claro que a situação no continente ainda é grave, aumentou o pânico. Investidores se desfizeram de ações e buscaram proteção no Tesouro americano, apesar da crise dos EUA. O retorno sobre os papéis despencou. Para tentar reanimar a economia, voltou a ser cogitada nova rodada de compra de títulos pelo governo americano. O ESTADO DE S. PAULO Senado arquiva apuração contra Nascimento O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), arquivou a representação apresentada pelo PSOL contra o ex-ministro dos Transportes e senador Alfredo Nascimento (PR-AM), por quebra de decoro parlamentar. A decisão do senador foi tomada na véspera do recesso parlamentar e publicada pelo Diário do Senado no dia 15 de julho. Ao determinar o arquivamento, João Alberto alegou que o partido, em vez de apresentar documentos sobre as irregularidades ocorridas na pasta durante a gestão de Nascimento, anexou recortes de jornais. E que não teria confirmado a assinatura eletrônica do presidente do partido colocada no documento. Procurado ontem pelo Estado, João Alberto negou ter tomado qualquer atitude corporativista ou "na calada da noite". Mas o presidente do Conselho de Ética do Senado entrou em contradição ao ser questionado pela reportagem sobre o arquivamento da representação. Primeiro, João Alberto afirmou que o PSOL havia sido informado sobre sua decisão. Segundo o presidente do colegiado, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) o teria procurado para saber de sua decisão. Ao Estado, Rodrigues negou essa informação. João Alberto, então, disse que, de fato, não avisou o colega, mas alegou que a decisão havia sido tornada pública ao ser divulgada pelo Diário do Senado e que, por esse motivo, não precisaria ser comunicada aos líderes de partidos ou à bancada do PSOL. Randolfe rebateu os motivos alegados por João Alberto para arquivar a representação contra Nascimento. O senador afirmou que a assinatura do presidente do PSOL foi confirmada e que cabe ao Conselho de Ética examinar "indícios" de quebra de decoro, e não apenas provas. O partido vai pedir ao presidente do Conselho de Ética uma nova manifestação oficial sobre essa decisão. 'Só me faltava essa!', reagiu Dilma ao saber de entrevista Surpreendida ao saber, na noite de quarta-feira, 3, da bombástica entrevista do ministro da Defesa, Nelson Jobim, à revista Piauí, a presidente Dilma Rousseff não se conteve. "Só me faltava essa!", disse ela, irritada há tempos com Jobim. Àquela altura, Jobim já viajara para Tabatinga (AM) e Dilma queria ler a entrevista "na íntegra" para saber se nenhuma frase havia sido retirada do contexto. "Mas ele falou mesmo que tem trapalhada no governo, que a Ideli é fraquinha e que a Gleisi não conhece Brasília?", perguntou aos auxiliares, numa referência a Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e a Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Diante da resposta positiva, Dilma ordenou: "Me consigam essa entrevista". Na manhã de quinta-feira, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, tentou descontrair o ambiente da reunião matinal com Dilma, Gleisi, Ideli, Helena Chagas (Comunicação Social) e Giles Azevedo, chefe de gabinete. "Vou trazer um Biotônico Fontoura para a Ideli, que está fraquinha, e um GPS para a Gleisi, para ela se localizar ", brincou Carvalho. Até Dilma deu risada. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ligou para Ideli bem cedo. "Eu não disse que você era gordinha, como foi publicado; falei que você era fofinha", justificou Sarney. Foi somente às 12h35 que a entrevista chegou ao gabinete da presidente. Ela ficou furiosa com o que leu. Pouco depois, chamou os mais próximos para um almoço. À mesa com Gleisi, Ideli, Helena e Carvalho, a presidente conversou sobre a "situação insustentável" de Jobim. Até então, não tinha falado com ele ao telefone. Depois do almoço, Dilma ligou e mandou Jobim retornar, juntamente com o vice Michel Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "Ou você pede para sair ou eu saio com você", disse ela. Além da verborragia, o sonho de ser presidente Aos 65 anos, Nelson Jobim é um misto de político e jurista que ocupou sempre cargos de primeira linha nos três Poderes da República. Em todos, envolveu-se em polêmicas. Mesmo com sua carreira bem-sucedida, Jobim quer mais. Busca reposicionar-se politicamente, de forma a aparecer como o nome do PMDB numa disputa pela Presidência da República em 2014, caso o partido se desgrude do PT. Nos últimos meses, tornou-se uma espécie de consultor e conselheiro de um grupo de senadores não-alinhados com a direção peemedebista, entre eles Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). É nesse núcleo que considera viável construir o caminho que o leve à Presidência. Se, por um lado, Jobim construiu sua biografia em cima de atos voluntariosos e posições de destaque, por outro sofre com uma espécie de incontinência verbal em que revela segredos pessoais e o leva a fazer seguidas críticas a seus pares ou a deixar no ar palavras de efeito ambíguo. Na festa de aniversário de 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, disse que era preciso entender que os tempos mudaram. E, evocando o dramaturgo Nelson Rodrigues, afirmou: "O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia". Uma inconfidência de Jobim durante o aniversário de 15 anos da Constituição, em 2003, gera polêmicas jurídicas até hoje. Ele contou que, no papel de líder do PMDB e uma espécie de consultor jurídico da Assembleia Constituinte, incluiu no texto da Constituição uma parte não votada pelos constituintes, justamente no capítulo que trata da independência entre os poderes. Disse que havia um outro remendo não aprovado, mas que só o revelaria em livro, o que nunca fez. Jobim justificou-se dizendo que foi necessário para não tornar contraditórios os capítulos da Constituição. Afirmou ainda que foram adaptações em cima de partes votadas anteriormente. Crise na base aliada é o preço da 'faxina', diz Marina A ex-senadora Marina Silva afirmou nesta quinta-feira, 4, que a crise na base parlamentar de apoio ao governo federal, agravada com o anúncio do PR de que se manterá independente no Senado, tem relação com a "faxina" promovida pela presidente Dilma Rousseff no Ministério dos Transportes, alvo de denúncias de corrupção. Na avaliação dela, os desdobramentos políticos das exonerações promovidas na administração pública são um preço que precisa ser pago. "Os problemas que a presidente vem enfrentando têm relação com os graves problemas de corrupção que vêm sendo denunciados", afirmou. "Se essas saídas forem o preço para enfrentar esses problemas, é o preço que precisa ser pago", disse. "É pagar o preço para fazer o que precisa ser feito." Segundo ela, Dilma tem agido de maneira quixotesca ao enfrentar o "nefasto gigante da corrupção". "E para isso tem de ser ajudada pelos bons ventos da sociedade brasileira". A ex-senadora defendeu que a sociedade dê apoio à presidente quando suas ações forem corretas. Para Marina, a reação da sociedade é a melhor forma de "constranger" aqueles que acham que as instituições públicas podem ser privatizadas por partidos. Após ministrar palestra no XI Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente, promovido na capital paulista, a ex-senadora afirmou que a "faxina" promovida pelo Palácio do Planalto é "necessária" e "urgente". Congresso convida Passos e diretor da ANP para depor A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou ontem convite para que o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, prestem esclarecimentos sobre as denúncias de corrupção envolvendo os dois órgãos. Líder do PSDB na Casa, o senador Álvaro Dias (PR) concordou em transformar o requerimento de convocação em convite, mediante acordo com a base aliada do governo. Para os senadores da oposição, o importante é a disposição de Passos e de Lima em prestarem esclarecimentos sobre as recentes acusações. A data dos depoimentos deve ser agendada na próxima semana. O GLOBO Esvaziado e insatisfeito, Jobim 'morreu pela boca' Gaúcho vaidoso de temperamento difícil como a presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim tinha tudo para ficar até a primeira reforma ministerial, prevista para abril de 2012: tinha boa aceitação na tropa e vinha comandando bem as articulações para aprovação, no Congresso, da criação da Comissão da Verdade, além de ter, na coluna de créditos, o bom desempenho na administração do caos aéreo, em 2007. Mas, como resumiu ontem uma fonte do Planalto, "tem um ego do tamanho do seu corpo e morreu pela boca". Na formação do governo, em dezembro, o ex-presidente Lula defendeu sua permanência à frente da Defesa. Por não ter outro nome para a pasta, Dilma acabou aceitando. Mas os dois nunca conseguiram estabelecer convivência cordial e sincera. Apesar de saber que ele votara em José Serra em 2010, nunca digeriu muito bem essa opção. Por isso mesmo, o tratamento com Jobim sempre foi frio e distante. Uma forma de ele tentar se aproximar de Dilma foi a nomeação do ex-deputado José Genoino para assessoria da Defesa. - Ele poderia até continuar na reforma prevista se não tivesse criado atrito e se conseguisse aprovar a Comissão da Verdade. Mas sempre foi um elefante em loja de louças. Na sucessão do PMDB, Lula tentou fazê-lo presidente do partido no lugar de Michel Temer, mas provocou tanta confusão que não deu - relembra o interlocutor do Planalto. Demissão foi decidida logo cedo, e Dilma não escondeu irritação A rotineira reunião da manhã entre a presidente Dilma Rousseff e os quatro ministros do Planalto - Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais), Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) - foi marcada ontem por forte irritação da presidente com o que acabara de ler na imprensa. Depois do almoço, com a notícia da demissão do ministro Nelson Jobim (Defesa) já estampada em todos os sites na internet, a presidente falou com ele por telefone e pediu que antecipasse seu retorno de Tabatinga (AM), onde estava para assinatura de acordos com o governo da Colômbia. Dilma e os ministros do Palácio já sabiam, na noite anterior, que Jobim, em entrevista à revista "Piauí", voltara a soltar o verbo contra o governo. Porém, mais do que dizer que Ideli "é fraquinha" e Gleisi "nem conhece Brasília", o que irritou profundamente a presidente foi o relato que ele fez de um diálogo sobre o assessor do Ministério da Defesa, o petista José Genoino. Jobim conta que, quando sugeriu o nome de Genoino para assessorá-lo, a presidente perguntou se o petista seria mesmo útil, e que ele respondeu: - Presidente, quem sabe se ele pode ou não ser útil sou eu. Isso, Dilma não engoliu. Todos na reunião concluíram que Jobim não tinha mais condições de ficar. Congresso já dava saída como certa pela manhã No Congresso, a demissão de Nelson Jobim do Ministério da Defesa começou a ser dada como certa logo nas primeiras horas da manhã de ontem. A avaliação, quase que unânime entre os parlamentares, era que Jobim teria mais uma vez se excedido nas declarações e estaria praticamente pedindo para sair do governo. Uma das primeiras a constatar isso foi justamente uma de suas conterrâneas, a senadora Ana Amélia (PP-RS). - As declarações são de quem está abandonando o barco, embora este seja o jeito de ele ser. Jobim é sempre Jobim. É do meu signo, Áries, de pessoas intempestivas. Talvez essa seja a razão dessa franqueza excessiva e de suas declarações politicamente incorretas - afirmou a senadora gaúcha, antes de ser formalizada a demissão do ministro no início da noite. Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), as declarações de Jobim soaram como provocação: - E isso é péssimo. No início da tarde e antes da definição oficial do nome de Celso Amorim - mais um ex-ministro do governo Lula - para a Defesa, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), praticamente tratou Jobim como ex-ministro, ao ser questionado se o ex-presidente Lula estaria perdendo mais um dos ministros que teria indicado para o governo Dilma: - Quem falar que está havendo baixas nos ministros do Lula está fazendo uma fala fora do contexto. Foi Lula quem escolheu Dilma. E não existem ministros do Lula, todos são ministros da presidente Dilma, não se iludam. O Jobim não pode ser julgado por declarações infelizes- disse Vaccarezza, no início da tarde, cometendo um ato falho: - Quem a presidente escolher vai continuar o trabalho. PT considera que Jobim faltou com o respeito Os petistas ficaram revoltados com as críticas do então ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao governo e, em especial, às ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais). No encontro da executiva nacional do PT, ontem, no Rio, as lideranças do partido consideraram as declarações de Jobim "inaceitáveis", "uma indelicadeza" com a presidente Dilma Rousseff. O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, disse que o partido "não admite" o tratamento que Jobim dispensou às ministras petistas, que considerou desrespeitoso e "com um componente machista": - Eu me incorporo à declaração do (ex-presidente) Lula: até o Pelé, quando jogou mal, foi substituído. Jobim não foi desrespeitoso só com as nossas companheiras ministras, mas com a própria presidente. Isso não é crítica política. Dilma nomeia general para comandar o Dnit A presidente Dilma Rousseff definiu ontem a nova diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Um general vai assumir o comando do órgão: Jorge Ernesto Pinto Fraxe será o novo diretor-geral. Para o segundo posto mais importante do Dnit foi nomeado um auditor da Controladoria Geral da União (CGU), Tarcísio Gomes de Freitas, que será diretor-executivo. Também foram nomeados Mário Dirani (Infraestrutura Ferroviária); Roger da Silva Pêgas (Infraestrutura Rodoviária); Paulo de Tarso Cancela Campolina de Oliveira (Administração e Finanças); José Florentino Caixeta (Planejamento e Pesquisa); e Adão Magnus Marcondes Proença (Infraestrutura Aquaviária). Ontem, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento "camuflado" em obra de restauração da BR-101 em Alagoas. Auditoria apresentada na quarta-feira mostra que alguns itens, como o asfalto, têm preços inferiores aos praticados no mercado, mas o Dnit superdimensionou a necessidade de intervenções na via e, com isso, aumentou a quantidade de material e serviços a serem empregados. Os auditores constataram que a rodovia não está tão degradada quanto o órgão federal apontou, o que poderá gerar um prejuízo de R$4,2 milhões se as intervenções forem feitas. Sob críticas de aliados, Jucá perde força como articulador O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é hoje um líder à deriva. Alvo de críticas de senadores da base aliada e da oposição, o líder do governo no Senado enfrenta uma situação delicada em seu próprio partido - a ponto de alguns peemedebistas defenderem, em conversas reservadas, sua saída do cargo. Além disso, a propalada eficiência de Jucá na liderança vem sendo questionada pelos demais aliados: muitos alegam, agora, que ele negocia em excesso com a oposição. A avaliação é que Jucá ficou em situação constrangedora depois que seu irmão Oscar Jucá Neto afirmou existir um conluio entre o PMDB e o PTB para controlar a estrutura do Ministério da Agricultura e, a partir daí, arrecadar dinheiro e favorecer aliados. Demitido de uma diretoria da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Neto causou desconforto a Jucá ao envolver em suas denúncias o ministro Wagner Rossi. Este foi indicado para a Agricultura pelo presidente do PMDB e vice-presidente Michel Temer. Jucá pediu desculpas à presidente pelas palavras do irmão. Aparentemente, o líder conseguiu contornar a situação e, por enquanto, não corre o risco de sair. "Ele foi bastante correto. É preciso separar ele da ação do irmão", defendeu o senador Wellington Dias (PT-PI). "O Jucá não está sob suspeita. Ele já passou por coisas piores", disse Cristovam Buarque (PDT-DF). Haddad entra em campo Escalado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a prefeitura paulistana em 2012, o ministro da Educação, Fernando Haddad, estreia "em campo" nos próximos dias. A partir de hoje e durante este fim de semana, ficará lado a lado com outros pré-candidatos nas primeiras caravanas do PT na periferia de São Paulo. Na próxima semana, deve dividir "palanque" com Lula e o prefeito Luiz Marinho na Feira Literária de São Bernardo do Campo. Os eventos marcam o início de uma disputa interna no partido, na qual Haddad, novato em eleições, tem como principal adversária a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy, cujos apoios definham pelo alto índice de rejeição. Com padrinhos de peso como Lula e a presidente Dilma Rousseff, Haddad tem criado incômodos nas bases. O PT municipal prefere evitar prévias, mas avisou ontem, em resolução pública, que não há consenso com imposição. É uma resposta à rápida aglutinação em torno da necessidade de um candidato com um perfil novo e mais palatável. Nas palavras de um interlocutor do grupo de Haddad, Marta Suplicy e Aloizio Mercadante são candidatos que batem na trave, mas o PT precisa marcar gol na prefeitura e governo de São Paulo em 2012 e 2014. Hackers invadem Twitter e site de políticos Um dia após a invasão do email pessoal do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSB), hackers violaram ontem o site do vereador paulistano Carlos Apolinário (DEM) e o perfil do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), no Twitter. Na página do vereador, autor do projeto de lei que institui, no município, o Dia do Orgulho Heterossexual, o hacker "figli tariki shmotov - RedHack Brasil" diz que leis como a proposta por Apolinário contribuem para a propagação do ódio e da discriminação contra homossexuais. Segundo o vereador, a invasão é uma mostra da intolerância da comunidade gay: - Se você critica certos comportamentos dos homossexuais é chamado de nazista, de homofóbico, de tudo de ruim. No perfil de Cid Gomes, um hacker deixou mensagem em inglês com a frase "Deus, eu não quero me levantar para o meu estúpido trabalho amanhã... essa mulher me inspira". Marco Aurélio defende dobrar tamanho do STJ O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu ontem o aumento de 33 para 66 no número de integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A proposta ajudaria o tribunal a combater as montanhas de processos que abriga. Em compensação, oneraria as finanças públicas. No ano passado, o STJ gastou quase R$704 milhões com a folha de pagamento. A proposta foi feita no mesmo dia em que o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, enviou ao Palácio do Planalto proposta de orçamento para o Supremo em 2012 no valor de R$614 milhões. Marco Aurélio entregou ofício com sua ideia a Peluso. Os ministros do STF deverão votar a proposta, que, se aprovada, será encaminhada ao Congresso como projeto de lei. Última instância de apelação para processos que não tratam da Constituição, o STJ distribuiu aos ministros no ano passado mais de 228 mil processos. Ao fim do ano, quase 193 mil ações aguardavam o primeiro julgamento. CORREIO BRAZILIENSE Guerra de cargos vai à Justiça A resolução da Câmara que modificou as regras de distribuição de cargos de confiança para evitar que grandes legendas, como PMDB e DEM, perdessem vagas para lotear com afilhados políticos, e ainda aumentou o número de apadrinhados na liderança do PT, está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF). No último dia 20, o PMN entrou com um mandado de segurança na Corte alegando que a decisão foi feita por encomenda dos grandes partidos para encolher ainda mais os pequenos. Pelo texto aprovado em julho, e que já começou a valer na volta do recesso, apenas PMN, PSol e PR perdem vagas. A ação está nas mãos do ministro Luiz Fux sem data para ser julgada. A briga em torno dos cargos de confiança disponíveis nas lideranças partidárias envolve ainda uma interpretação regimental. Questão de ordem apresentada pelo líder do Psol, Chico Alencar (RJ), ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), alega que se a Casa quiser estabelecer novos critérios para distribuir cargos deve levar em conta o artigo 12º do Regimento Interno, que determina a perda das prerrogativas regimentais para lideranças dos partidos que se coligaram. Na prática, a medida implicaria a redução do número de vagas para pelo menos quatro legendas que encabeçam os três blocos formados nesta legislatura. "Se querem nos prejudicar e reduzir nosso espaço, não temos o que fazer. No entanto, entendemos que a norma interna precisa ser cumprida e não deve mais ser ignorada para atender aos interesses dos grandes partidos", diz Alencar. Apesar de ainda não ter se posicionado sobre a questão levantada pelo Psol, o presidente da Câmara disse ao Correio que vai rejeitar o pedido. "Os novos critérios foram aprovados com o apoio da ampla maioria de deputados. Não há questionamentos a serem considerados. Vou responder a questão levantada pelo PSol e dizer que as prerrogativas regimentais não têm qualquer relação com a estrutura administrativa. Tanto que, para definir o número de cargos, nós precisamos editar uma lei específica. Foi o que fizemos. Por isso, acho que essa discussão já está superada", adianta Maia. Promessa de campanha A Resolução nº 4/2011, que foi aprovado pela Mesa Diretora em julho, enterrou a Resolução 1/2007, que já estabelecia uma relação entre o tamanho das bancadas e o número de cargos a que as lideranças partidárias têm direito. Se a antiga norma fosse aplicada, partidos como DEM, PMDB e PSDB, que encolheram nas últimas eleições, teriam de abrir mão de espaços físicos e de cargos. Enquanto isso, os que cresceram, como PP e PDT, teriam mais vagas para abrigar afilhados políticos. Para resolver o impasse, o presidente Marco Maia prometeu aumentar o espaço para todos os partidos - uma promessa de campanha. Encontrou a fórmula em uma reestruturação. Maia retirou CNEs da administração da Casa e distribuiu entre legendas que cresceram. Enquanto isso, criou um novo quadro de proporcionalidade. Pelos critérios, perderam postos o PR e os pequenos PMN e Psol. Ao PR, restou a promessa de "doação" de vagas na estrutura. A legenda aceitou. Os outros dois, no entanto, fazem contas para se adaptar à nova realidade. PSol e PMN passam de 17 para 8 CNEs cada um. Já o PR, que aumentou a bancada de 25 para 40 deputados, poderia chegar a 60 cargos de confiança pelos critérios antigos, mas ficou com 54, ao menos por hora. Tucanos querem herdar ex-ministro No Congresso, ninguém conseguiu explicar de onde veio a fagulha que acendeu a fúria verbal e que resultou na queda de Nelson Jobim. As declarações do ex-titular do Ministério da Defesa, desqualificando duas ministras do governo Dilma Rousseff, deixaram os parlamentares da base atônitos e a oposição entusiasmada. A bancada tucana já trabalha para trazer o ex-ministro para seus quadros. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que deputados e senadores do partido têm almoço marcado com Jobim para a terça-feira e que o encontro foi uma solicitação do ex-ministro. "Ele pediu o almoço há mais de um mês. Quem defende a Comissão da Verdade só pode falar a verdade", resume Dias. O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), ofereceu a legenda para Jobim e disse que as portas do partido estão abertas. "A ficha sempre foi dele. Se ele vier, será muito bem recebido." Para não comprometer a relação do PMDB com o governo, correligionários de Jobim tentam colocar panos quentes nos ataques do ex-ministro. Afirmam que as declarações foram fruto de conversa descontraída e não representavam opinião institucional. A cúpula do PMDB se reuniu com Jobim na última terça-feira. Depois do encontro, o ex-ministro teria "ficado mais calmo", mas a entrevista para a Piauí foi gravada antes do encontro com os colegas de partido. O contexto e a intriga No fim da manhã de ontem, o clima na cerimônia para a assinatura do acordo de cooperação entre Brasil e Colômbia era de descontração. O vice-presidente Michel Temer fez uma defesa veemente do então ministro da Defesa, Nelson Jobim. Destacou que o teor das declarações dadas à revista Piauí já tinham sido explicadas pelo ministro e garantiu que não haveria mudanças na pasta. "Não haverá problema de nenhuma natureza. Reitero que o ministro Jobim não fez referência à pessoa ou à atuação da ministra A ou B, só em relação à aprovação do projeto de lei (do sigilo de informações oficiais)." O titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, engrossou o coro: "Há muita especulação. Meu trabalho é muito integrado ao do ministro Jobim. Qualquer coisa que se diga neste momento é absolutamente especulação". Jobim insistia em afirmar que as declarações estavam foram de contexto. "Isso faz parte do jogo da intriga, da tentativa de desestabilizações. Ou seja, daquilo que passa pela cabeça de quem não percebe as necessidades do país", afirmou, após a assinatura do tratado. De acordo com o ministro, as polêmicas declarações publicadas na revista se referiam exclusivamente à discussão sobre a Lei de Acesso a Informações, em tramitação no Senado, e foram tiradas do contexto. Durante o evento, os integrantes do governo brasileiro sorriram, conversavam com jornalistas e não davam sinais de constrangimento, apesar de Jobim já ter recebido uma ligação da presidente Dilma. Lula e Bernardo criticam falas O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem as afirmações do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. Em viagem à Colômbia ao lado do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o antecessor de Dilma Rousseff, e responsável pela nomeação de Jobim em junho de 2007, ainda tentou contemporizar as declarações do então titular da Defesa: "Tem coisas que a gente não compreende", disse Lula em um primeiro momento. Depois, o ex-presidente admitiu que Jobim exagerou. "Não é correto fazer críticas sobre outros ministros. Não é elegante", afirmou, durante o 1º Fórum de Investimentos Brasil-Colômbia, em Bogotá. Questionado sobre o comportamento do ministro ser motivo para demissão, Lula preferiu dizer que não sabia, mas ressaltou que ninguém é insubstituível. "Se até o Pelé não estiver jogando bem, o técnico tira. Dois gaúchos se entendem. Ou não se entendem", afirmou Lula. O ministro das Comunicações, que é marido de Gleisi Hoffmann, uma das criticadas, não deixou por menos. Criticou as afirmações de Jobim e disparou: "Talvez como um gaúcho empedernido do interior, ele tenha arraigada a insatisfação de ser comandado por mulheres", afirmou. Logo em seguida, porém, o ministro reconheceu que exagerou ao fazer o comentário e preferiu ironizar as declarações. "O Jobim quer uma queda de braço com a Ideli. Ele é mais forte que ela, grandão", disse. Cotado desde a transição A presidente Dilma Rousseff queria nomear o então chanceler Celso Amorim desde os tempos do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, no fim do ano passado. Mas acabou cedendo à pressão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manteve Nelson Jobim no cargo. Dilma quer imprimir à pasta um perfil "mais estratégico e menos força bruta, semelhante a um batalhão de engenharia e logística", segundo uma fonte palaciana. Amorim tem a seu favor o fato de comungar da mesma noção de soberania nacional tão cara às Forças Armadas. Mas, para ter o respeito das tropas, terá que reduzir o viés ideológico que caracterizou sua gestão durante os oitos anos do governo Lula. Essa mesma ideologia impediu Amorim de permanecer no Ministério das Relações Exteriores. Dilma queria imprimir uma nova política externa, mais próxima dos Estados Unidos - eleito como grande inimigo na reta final do governo Lula - e menos afável aos países que violavam os direitos humanos sob o argumento de "interesse comerciais". Amorim tentou permanecer no posto, mas a presidente optou por Antonio Patriota, ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos, casado com uma norte-americana. A escolha já rendeu frutos: depois de tantas derrotas, o Brasil finalmente venceu uma eleição internacional, com a escolha de José Graziano para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Última sessão de Ellen Onze anos depois de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) sob o status de primeira mulher a ter assento na Corte, Ellen Gracie participou ontem de sua última sessão plenária. Ela relatou a maior parte dos processos apreciados na tarde de ontem e chegou a antecipar seu voto em um processo em que houve pedido de vista. Ao deixar o plenário, Ellen não se despediu dos colegas nem fez referências à  sua saída. Ellen poderia continuar na Corte até fevereiro de 2018, quando completará 70 anos - idade em que a aposentadoria é obrigatória. Ela continuará recebendo salário superior a R$ 26 mil. A ministra não justificou o motivo da aposentadoria. Caberá à presidente Dilma Rousseff indicar o substituto para a vaga de Ellen. A tendência é que seja nomeada uma mulher. As mais cotadas são as ministras Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM); Maria Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho (TST); e Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
 

Senado arquiva apuração contra Nascimento

O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), arquivou a representação apresentada pelo PSOL contra o ex-ministro dos Transportes e senador Alfredo Nascimento (PR-AM), por quebra de decoro parlamentar. A decisão do senador foi tomada na véspera do recesso parlamentar e publicada pelo Diário do Senado no dia 15 de julho. Ao determinar o arquivamento, João Alberto alegou que o partido, em vez de apresentar documentos sobre as irregularidades ocorridas na pasta durante a gestão de Nascimento, anexou recortes de jornais. E que não teria confirmado a assinatura eletrônica do presidente do partido colocada no documento. Procurado ontem pelo Estado, João Alberto negou ter tomado qualquer atitude corporativista ou "na calada da noite". Mas o presidente do Conselho de Ética do Senado entrou em contradição ao ser questionado pela reportagem sobre o arquivamento da representação. Primeiro, João Alberto afirmou que o PSOL havia sido informado sobre sua decisão. Segundo o presidente do colegiado, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) o teria procurado para saber de sua decisão. Ao Estado, Rodrigues negou essa informação. João Alberto, então, disse que, de fato, não avisou o colega, mas alegou que a decisão havia sido tornada pública ao ser divulgada pelo Diário do Senado e que, por esse motivo, não precisaria ser comunicada aos líderes de partidos ou à bancada do PSOL. Randolfe rebateu os motivos alegados por João Alberto para arquivar a representação contra Nascimento. O senador afirmou que a assinatura do presidente do PSOL foi confirmada e que cabe ao Conselho de Ética examinar "indícios" de quebra de decoro, e não apenas provas. O partido vai pedir ao presidente do Conselho de Ética uma nova manifestação oficial sobre essa decisão.

'Só me faltava essa!', reagiu Dilma ao saber de entrevista

Surpreendida ao saber, na noite de quarta-feira, 3, da bombástica entrevista do ministro da Defesa, Nelson Jobim, à revista Piauí, a presidente Dilma Rousseff não se conteve. "Só me faltava essa!", disse ela, irritada há tempos com Jobim. Àquela altura, Jobim já viajara para Tabatinga (AM) e Dilma queria ler a entrevista "na íntegra" para saber se nenhuma frase havia sido retirada do contexto. "Mas ele falou mesmo que tem trapalhada no governo, que a Ideli é fraquinha e que a Gleisi não conhece Brasília?", perguntou aos auxiliares, numa referência a Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e a Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Diante da resposta positiva, Dilma ordenou: "Me consigam essa entrevista". Na manhã de quinta-feira, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, tentou descontrair o ambiente da reunião matinal com Dilma, Gleisi, Ideli, Helena Chagas (Comunicação Social) e Giles Azevedo, chefe de gabinete. "Vou trazer um Biotônico Fontoura para a Ideli, que está fraquinha, e um GPS para a Gleisi, para ela se localizar ", brincou Carvalho. Até Dilma deu risada. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ligou para Ideli bem cedo. "Eu não disse que você era gordinha, como foi publicado; falei que você era fofinha", justificou Sarney. Foi somente às 12h35 que a entrevista chegou ao gabinete da presidente. Ela ficou furiosa com o que leu. Pouco depois, chamou os mais próximos para um almoço. À mesa com Gleisi, Ideli, Helena e Carvalho, a presidente conversou sobre a "situação insustentável" de Jobim. Até então, não tinha falado com ele ao telefone. Depois do almoço, Dilma ligou e mandou Jobim retornar, juntamente com o vice Michel Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "Ou você pede para sair ou eu saio com você", disse ela.

Além da verborragia, o sonho de ser presidente

Aos 65 anos, Nelson Jobim é um misto de político e jurista que ocupou sempre cargos de primeira linha nos três Poderes da República. Em todos, envolveu-se em polêmicas. Mesmo com sua carreira bem-sucedida, Jobim quer mais. Busca reposicionar-se politicamente, de forma a aparecer como o nome do PMDB numa disputa pela Presidência da República em 2014, caso o partido se desgrude do PT. Nos últimos meses, tornou-se uma espécie de consultor e conselheiro de um grupo de senadores não-alinhados com a direção peemedebista, entre eles Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). É nesse núcleo que considera viável construir o caminho que o leve à Presidência. Se, por um lado, Jobim construiu sua biografia em cima de atos voluntariosos e posições de destaque, por outro sofre com uma espécie de incontinência verbal em que revela segredos pessoais e o leva a fazer seguidas críticas a seus pares ou a deixar no ar palavras de efeito ambíguo. Na festa de aniversário de 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, disse que era preciso entender que os tempos mudaram. E, evocando o dramaturgo Nelson Rodrigues, afirmou: "O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia".

Uma inconfidência de Jobim durante o aniversário de 15 anos da Constituição, em 2003, gera polêmicas jurídicas até hoje. Ele contou que, no papel de líder do PMDB e uma espécie de consultor jurídico da Assembleia Constituinte, incluiu no texto da Constituição uma parte não votada pelos constituintes, justamente no capítulo que trata da independência entre os poderes. Disse que havia um outro remendo não aprovado, mas que só o revelaria em livro, o que nunca fez. Jobim justificou-se dizendo que foi necessário para não tornar contraditórios os capítulos da Constituição. Afirmou ainda que foram adaptações em cima de partes votadas anteriormente.

Crise na base aliada é o preço da 'faxina', diz Marina

A ex-senadora Marina Silva afirmou nesta quinta-feira, 4, que a crise na base parlamentar de apoio ao governo federal, agravada com o anúncio do PR de que se manterá independente no Senado, tem relação com a "faxina" promovida pela presidente Dilma Rousseff no Ministério dos Transportes, alvo de denúncias de corrupção. Na avaliação dela, os desdobramentos políticos das exonerações promovidas na administração pública são um preço que precisa ser pago. "Os problemas que a presidente vem enfrentando têm relação com os graves problemas de corrupção que vêm sendo denunciados", afirmou. "Se essas saídas forem o preço para enfrentar esses problemas, é o preço que precisa ser pago", disse. "É pagar o preço para fazer o que precisa ser feito." Segundo ela, Dilma tem agido de maneira quixotesca ao enfrentar o "nefasto gigante da corrupção". "E para isso tem de ser ajudada pelos bons ventos da sociedade brasileira". A ex-senadora defendeu que a sociedade dê apoio à presidente quando suas ações forem corretas. Para Marina, a reação da sociedade é a melhor forma de "constranger" aqueles que acham que as instituições públicas podem ser privatizadas por partidos. Após ministrar palestra no XI Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente, promovido na capital paulista, a ex-senadora afirmou que a "faxina" promovida pelo Palácio do Planalto é "necessária" e "urgente".

Congresso convida Passos e diretor da ANP para depor

A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou ontem convite para que o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, prestem esclarecimentos sobre as denúncias de corrupção envolvendo os dois órgãos. Líder do PSDB na Casa, o senador Álvaro Dias (PR) concordou em transformar o requerimento de convocação em convite, mediante acordo com a base aliada do governo. Para os senadores da oposição, o importante é a disposição de Passos e de Lima em prestarem esclarecimentos sobre as recentes acusações. A data dos depoimentos deve ser agendada na próxima semana.

 

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