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Congresso em Foco
26/5/2010 18:47
Thomaz Pires
A deputada distrital Eurides Brito (PMDB) vai entrar na Justiça contra a relatora de seu processo na Câmara Legislativa, a petista Erika Kokay. O anúncio foi feito nesta tarde em entrevista coletiva. Eurides, afastada do cargo há mais de dez dias, alega que o relatório final indicando sua cassação exclui o nome de petistas que também estariam envolvidos no mensalão do DEM no Distrito Federal.
Segundo Eurides, os trechos das gravações em que o ex-secretário de relações institucionais Durval Barbosa denuncia distritais da bancada do PT foi totalmente desprezado pela relatora. O documento elaborado pela petista tem como base os depoimentos prestados por Durval na Polícia Federal.
"Ela [Érika] foi desonesta ao retirar de seu parecer o depoimento do ex-secretário com esses trechos. A petista fez isso para preservar seu partido, que foi acusado por Durval de ter pecadores e envolvidos no esquema", destacou. Eurides Brito terá o relatório final analisado nesta quinta-feira (27), às 10h, na Comissão de Constituição e Justiça.
Procurada pela reportagem, a deputada Erika Kokay (PT) avaliou como uma forma de ameaça as declarações da parlamentar. "Ela está tentando me intimidar e desqualificar. E, se me processar, eu vou reverter a situação com um processo de litigância por má fé", destacou a parlamentar.
Linha de defesa
A deputada Eurides Brito também adotou uma nova linha de defesa. Ela apresentou fotos em que aparece apoiando, na eleição de 2006, Roriz ao Senado e Maria de Lurdes Abadia. "Eu estava apoiando o grupo adversário de Arruda. Como eu poderia receber dinheiro dele naquele momento?", destacou a parlamentar, que apareceu em gravações recebendo R$ 30 mil das mãos de Durval Barbosa. Desde então, a parlamentar passou a ser chamada de "deputada da bolsa".
Eurides reforçou que não vai renunciar até o momento da votação no plenário da Câmara Legislativa. "Vou respeitar a compulsória (aposentadoria no serviço público aos 70 anos), até porque já passei três anos desse prazo", disse Eurides, revelando pela primeira vez em público sua idade.
A apuração do envolvimento de Eurides no mensalão levou 91 dias. A relatora do caso se baseou no inquérito 650-DF, nos laudos periciais da Polícia Federal - um deles confirma que não houve montagem ou edição no vídeo -, nos relatórios de busca e apreensão feitos na casa e no gabinete da peemedebista e nos nove depoimentos de acusação e defesa prestados à comissão. Qualificado como duro, o parecer ganhou força, de acordo com Erika, com as decisões judiciais recentes proferidas contra Eurides.
Segundo a relatora, as diligências e os depoimentos colhidos durante o processo evidenciaram várias contradições e não sustentaram a defesa apresentada pela distrital afastada. O processo contra Eurides Brito tem 12 volumes e mais de 2 mil páginas. Já o relatório apresentado nesta terça-feira conta com 126 páginas. A parte conclusiva do documento tem cerca de 20 páginas. A divulgação integral do seu conteúdo foi vetada pelo presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, Aguinaldo de Jesus (PRB).
O processo contra Eurides Brito tem 12 volumes e mais de 2 mil páginas. Já o relatório apresentado nesta terça-feira conta com 126 páginas. A parte conclusiva do documento tem cerca de 20 páginas. A divulgação integral do seu conteúdo foi vetada pelo presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, Aguinaldo de Jesus (PRB).
Eurides teve duas decisões judiciais recentes contra ela. A primeira foi a decisão da Justiça do DF, dada em 30 de abril, de bloquear seus bens. Segundo o Ministério Público, entre 2006 e 2009, Eurides recebeu R$ 5,5 milhões do esquema comandado pelo ex-governador do DF. Depois, em 14 de maio, a Justiça determinou, em caráter cautelar, o afastamento da deputada até o fim das investigações que correm na Câmara Legislativa contra ela.
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