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Congresso em Foco
22/4/2010 10:30
Edson Sardinha
Um grupo formado por aproximadamente 40 estudantes está reunido neste momento na futura sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal para decidir se mantém a ocupação, iniciada no local ontem (21) à noite. Os manifestantes pressionam pela saída do governador Rogério Rosso (PMDB), eleito indiretamente no último sábado pelos deputados distritais. Eles também protestam contra o valor da obra, que sairá 323% mais cara do que o previsto, e pedem a anulação do Plano de Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), aprovado ano passado pelos distritais.
A nova sede do Legislativo ainda não foi concluída. A construtora responsável pela obra avalia se aciona a Justiça para pedir a reintegração de posse. Os policiais negociam uma saída pacífica com os estudantes, que entraram no prédio, por volta das 20h dessa quarta-feira, por uma janela lateral. Os manifestantes fazem parte do grupo "Fora, Arruda e Toda a Máfia".
"Não podemos aceitar um governador eleito por 13 deputados - dos quais 8 estão comprovadamente ligados às denúncias de corrupção do DF. A escolha de um governador deve ser feita pelo seu povo. Exigimos a impugnação da eleição indireta de Rogério Rosso (PMDB), que esteve a serviço de Roriz e Arruda nas últimas gestões de governo e representa a continuidade dessa mesma política", diz em nota o movimento (veja abaixo a íntegra).
"O prédio que ocupamos - superfaturado e desnecessariamente grande e luxuoso - não pode abrigar os mesmos corruptos que elegeram Rosso e tentam nos calar com panetone. Ele deve ser destinado às necessidades da população. Sua gestão deve ser feita diretamente pelos movimentos sociais. O primeiro passo para essa conquista é a realização de uma auditoria das obras do prédio, que custou três vezes o valor do orçamento inicial", acrescenta.
A nova sede da Câmara do DF foi iniciada em 2001, com previsão orçamentária de R$ 23,6 milhões. As obras ainda não terminaram, mas devem custar mais de R$ 100 milhões, segundo o governo do Distrito Federal.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, avalia que a eleição do novo governador agravou a crise no DF, desencadeada pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. "Ele teve 13 votos, sendo que oito foram das pessoas mais escandalosamente envolvidas com esse esquema criminoso", disse Gurgel após participar ontem de uma sessão solene no Supremo Tribunal Federal (STF) em homenagem a Brasília. Os ministros devem analisar nos próximos dias o pedido de intervenção federal apresentado pelo procurador-geral da República.
Veja a íntegra da nota divulgada pelos manifestantes:
"Brasília, 21 de abril de 2010
Nota sobre a ocupação do novo prédio da Câmara Legislativa do DF
O Movimento Fora Arruda e toda a Máfia - criado após o estouro do maior escândalo de corrupção do Brasil, a Caixa de Pandora - continua na luta por uma nova política no Distrito Federal, com a construção de novos 50 anos para Brasília.
Exatamente no cinqüentenário da capital federal, ocupamos o prédio destinado à nova sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Este ato simbólico busca expressar toda a indignação da população brasiliense com a atual situação política e social em que vivemos. Não podemos deixar que as comemorações dos 50 anos de Brasília sirvam como uma nuvem para camuflar todas as injustiças do DF.
Não podemos aceitar um governador eleito por 13 deputados - dos quais 8 estão comprovadamente ligados às denúncias de corrupção do DF. A escolha de um governador deve ser feita pelo seu povo. Exigimos a impugnação da eleição indireta de Rogério Rosso (PMDB), que esteve a serviço de Roriz e Arruda nas últimas gestões de governo e representa a continuidade dessa mesma política.
O prédio que ocupamos - superfaturado e desnecessariamente grande e luxuoso - não pode abrigar os mesmos corruptos que elegeram Rosso e tentam nos calar com panetone. Ele deve ser destinado às necessidades da população. Sua gestão deve ser feita diretamente pelos movimentos sociais. O primeiro passo para essa conquista é a realização de uma auditoria das obras do prédio, que custou três vezes o valor do orçamento inicial.
Exigimos também uma auditoria das obras da nova rodoviária. Aliás, toda a política de transportes do DF tem que ser questionada. É preciso cancelar o contrato do atual passe livre com a empresa Fácil. Lutamos por um transporte realmente livre, gratuito e de qualidade. Os usuários têm o direito de construir um transporte verdadeiramente público para o DF, participando ativamente das decisões.
Para começarmos a construir outros 50 anos, é fundamental que o atual Plano de Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) seja totalmente anulado. A farsa do Setor Noroeste como um bairro ecológico tem que ser desmascarada. É preciso respeitar a comunidade indígena do Santuário dos Pajés e a biodiversidade. É inadmissível construir apartamentos exclusivos para a elite local, enquanto milhões de pessoas não tem condições adequadas de moradia. A ação cautelar que impede as obras no Noroeste tem que ser cumprida.
Todas as investigações devem ser aprofundadas e os corruptos, punidos. A população deve ter acesso a todos os vídeos do inquérito da Caixa de Pandora. Só quando todos estiverem cientes do que está acontecendo nos bastidores da política, teremos força para construir o poder popular. Nenhuma ação violenta e repressora vai nos parar. Exigimos a demissão do Coronel Silva Filho, da Polícia Militar - responsável por várias agressões criminosas contra o movimento.
Participe dessa luta você também. Venha para a Câmara! Mostre que você também está indignado. Coloque faixas pretas no seu carro, na sua janela ou onde mais a criatividade deixar. Poder para o povo!"
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