Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
4/1/2010 16:35
 [/caption]
[/caption]Mário Coelho
Os estados que receberão a Copa do Mundo de Futebol de 2014 podem ficar sem R$ 1,8 bilhão do governo federal para obras, investimentos em mobilidade urbana e segurança pública. A informação foi passada na tarde desta segunda-feira (4) pelo relator-geral do Orçamento 2010, deputado Geraldo Magela (PT-DF). Ele terminou hoje a redação final do projeto, que até quarta-feira (6) deve chegar às mãos do Executivo.
O corte aconteceu, de acordo com Magela, porque o valor estava previsto em emendas de relator. Ou seja, feitas por ele mesmo no texto e que possuem liberação mais rápida por parte do governo federal. Com a pressão feita pela oposição contra Magela, ele repassou as verbas para emendas de bancadas, que tradicionalmente têm uma execução máxima de 30%. Para chegar ao corte de R$ 1,8 bilhão, todos os pedidos precisam ser negados.
"O DEM, especialmente o líder Ronaldo Caiado, prejudicou a Copa do Mundo", afirmou Magela, em entrevista coletiva concedida nesta tarde. Segundo o petista, ele "foi obrigado" a fazer isso por conta de um "acordo verbal" feito uma hora antes do encerramento do prazo para aprovação do Orçamento. O deputado afirma que preferiu transferir as emendas para as bancadas do que prejudicar o governo que ficaria sem a autorização dos gastos.
Mesmo assim, na semana passada, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já tinha avisado que o governo federal vai usar o duodécimo em janeiro. Enquanto a lei orçamentária não for usada, o Executivo pode executar até 8% do previsto para todo o ano. Bernardo inicialmente acreditava que o projeto seria encaminhado ao governo até a próxima semana.
Na verdade, há um exagero de retórica na afirmação de Magela de que há uma ameaça maior de corte para o dinheiro da Copa. O orçamento da União é autorizativo em seu todo. Ou seja: o governo não é obrigado a gastar todo o dinheiro. Libera as emendas que julgar mais convenientes, sejam elas de relator ou de bancada. Se o governo julgar necessário liberar os recursos das emendas de bancada relativos aos gastos com a Copa do Mundo, poderá fazer isso sem problemas.
"Eu tirei mais de R$ 2 bilhões da bandidagem e da corrupção. Impedi uma grande negociata na Comissão onde o Magela, sem autorização, quis se apoderar deste dinheiro", disse o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), quando soube das declarações de Magela. Por telefone, reforçou que fez o pedido para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tirasse o petista da relatoria do Orçamento. 
Para Magela, a reação da oposição não passa de "um bando de bobeiras", de "factóides políticos". "Para aprovar o orçamento, tivemos que fazer um acordo verbal, sem nada no papel. Porque senão não existiria orçamento para o governo trabalhar", respondeu o petista. No total, Magela remanejou R$ 2,4 bilhões das emendas. Outros R$ 400 milhões iriam para a área de cultura e R$ 160 milhões para projetos de irrigação.
Ministérios
Magela disse que o valor total do Orçamento da União para 2010 é de R$ 1,860 trilhão. Desse total, R$ 596,2 bilhões referem-se ao refinanciamento da dívida pública; R$ 1,169 trilhão compõem os orçamentos fiscal e da seguridade social; e os R$ 94,4 bilhões restantes correspondem ao orçamento de investimentos das empresas estatais federais.
As pastas que tiveram maior destinação orçamentária do que estava previsto inicialmente foram a da Previdência Social e da Saúde. Respectivamente, terão R$ 4,4 bilhões e R$ 4,2 bilhões a mais para gastar em 2010. A Previdência passou de R$ 254 bilhões para R$ 258,4 bilhões e a Saúde de R$ 62,7 bilhões para R$ 66,9 bilhões. O Ministério do Turismo que tinha previsto R$ 857 milhões de orçamento, pulou para R$ 4,2 bilhões, um acréscimo de aproximadamente R$ 3,3 bilhões.
Segundo publicou o jornal O Estado de S. Paulo hoje, a pasta do Turismo superou as da Saúde e da Educação em número de emendas no Orçamento. De acordo com a reportagem, isso deve-se pelo fato de que o ministério tem uma verba destinada a financiar eventos de promoção de turismo que sai sem licitação e em até dois meses depois de autorizado o pagamento da emenda do parlamentar.
Temas
Câmara dos Deputados
Comissão debate isenção de registro para professor de educação física
SEGURANÇA PÚBLICA
Derrite assume relatoria de projeto que trata facções como terroristas