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Congresso em Foco
30/6/2009 17:42
Fábio Góis
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), subiu à tribuna do plenário para comunicar a decisão de sua bancada de sugerir o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Alegando que a saída de Sarney dará "isenção" às investigações sobre os desmandos administrativos na instituição, Virgílio voltou a desafiar os ex-diretores Agaciel Maia (Diretoria Geral) e João Carlos Zoghbi (Secretaria de Recursos Humanos), dois dos responsáveis pela emissão dos atos administrativos secretos, escândalo que intensificou a crise institucional instalada há meses.
"Não lhe peço a renúncia. Foi eleito legitimamente. Peço que se licencie para dar caráter de efetiva isenção às investigações em curso nesta Casa", disse Virgílio, referindo-se à comissão de sindicância que examina cada um dos atos secretos emitidos pela cúpula administrativa da Casa para beneficiar parlamentares, servidores, parentes e aliados.
Mais cedo, o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), anunciou que seu partido decidiu, por unanimidade, pedir o afastamento de Sarney da presidência até a conclusão das investigações. Segundo o senador potiguar, o peemedebista deve ficar afastado até que o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Polícia Federal cheguem a uma conclusão sobre as denúncias. "Foi uma decisão partidária e consensual", afirmou Agripino (leia mais).
Lembrando que o Tribunal de Contas da União e a Polícia Federal já investigam as decisões administrativas do Senado tomadas nos últimos anos, que envolvem procedimentos diversos, Arthur Virgílio disse que a situação de Sarney - no comando da Casa pela terceira vez - tornou-se insustentável e que, por isso, há necessidade de que "todos os segmentos" da Casa sejam "passados a limpo".
No início desta tarde, a presidente nacional do Psol, Heloísa Helena, e o senador José Nery (Psol-PA) protocolaram na Mesa Diretora duas representações para que o Conselho de Ética investigue Sarney e o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) por causa dos atos secretos (leia mais).
Essa é a segunda representação movida contra o presidente do Senado. Ontem (29), o senador Arthur Virgílio fez a primeira denúncia contra Sarney. No requerimento, ele lista diversos casos de contratação de familiares e aliados; aponta empréstimo de apartamento funcional ao ex-senador e aliado Bello Parga; usufruto de auxílio-moradia, mesmo sendo Sarney dono de imóvel em Brasília; e utilização de servidores da área de segurança para fins particulares no Maranhão.
Sem o apoio da oposição, coube ao PMDB e à líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), a defesa de Sarney. Ideli defendeu o aprofundamento das investigações no Senado, mas criticou a "personificação" da crise.
"Não é nada recente, não é nada novo. É tudo muito antigo e tudo a muitas mãos, porque nada chega ao ponto que está para produzir este tipo de manchete, cada uma mais cabeluda, pior do que a outra, se não tivesse tido a participação de muitos, de muitas, de muitas mãos. Por isso é que eu fico um pouco incomodada quando vejo a tendência a personalizar um problema que é da estrutura deste poder", afirmou Ideli.
A senadora criticou os pedidos da oposição para que Sarney se licencie ou renuncie à presidência. No entendimento dela, o eventual afastamento do peemedebista não vai provocar mudanças na estrutura da Casa, mas apenas amenizar a pressão exercida pela imprensa e a opinião pública.
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que Sarney poderá contar com o apoio da bancada. "Nós não precisamos afirmar o que nunca deixou de ser afirmado", declarou o senador, adiantando que a bancada vai se manter unida na defesa do peemedebista (leia mais).
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