A primeira reunião da nova Mesa Diretora do Senado terminou repleta de decisões que, na prática, são remendos dos problemas que a Casa encontra desde o início da atual gestão.
Sem acordo de líderes sobre a presidência das comissões, o presidente José Sarney (PMDB-AL) decidiu hoje que as reuniões poderão ser abertas pelos membros antigos, e comandadas pelo integrante mais velho de cada comissão. Ele aplicou o que está previsto no regimento da Casa, mas os próprios senadores admitiram que essa resolução é uma espécie de arranjo para evitar a paralisação total dos trabalhos. “Em algumas comissões isso vai funcionar. Em outras, não”, alertou Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro secretário do Senado.
Sem avanços efetivos na solução dos problemas políticos da Casa, restou aos senadores ressaltar o compromisso, firmado no dia da posse de Sarney, em cortar os gastos em 10%. Durante a reunião, os secretários da Mesa asseguraram ao presidente do Senado que vão fazê-lo, embora ainda não saibam como e onde exatamente vão fazer as reduções. “Eu já determinei a economia. Dei essa tarefa a cada um dos setores. Não sei como vão fazer. Eu quero ver é resultado”, disse o primeiro secretário, senador Heráclito Fortes.
Outro ponto discutido pela Mesa foi uma redistribuição das atribuições de cada secretaria. “Algumas secretarias ficam sem atribuições, sem tarefas. Era uma medida necessária, mas ainda estamos estudando como será feita essa divisão”, explicou Heráclito. Os dirigentes do Senado também definiram que haverá rodízio na presidência das sessões, mas que a ordem do dia será sempre iniciada às 16h, sob a batuta do presidente José Sarney. “A pontualidade foi ressaltada pelo presidente”, resumiu o primeiro secretário da Casa.
(Daniela Lima)