O deputado Paulo Piau (PMDB-MG), relator do processo contra o deputado Paulinho da Força (PDT-SP), pediu, na tarde de hoje (26), a cassação do parlamentar por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de participar de um esquema de cobrança de propinas para liberação de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), investigado na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal.
Segundo o relator, Paulinho é personagem “proeminente no esquema fraudulento”. Piau diz que o colega teve “inequívoco benefício eleitoral”.
“Em resumo, esta relatoria entende que foi montado um esquema fraudulento sobre a liberação de verbas do BNDES, das quais se beneficiavam os membros do grupo. Os pagamentos provenientes das fraudes eram lavados por meio de movimentação em dinheiro nas contas correntes de empresas, de ONGs e de membros do grupo, doações simuladas, pagamento a escritório de advocacia e despesas de consultoria ou engenharia”, afirma o voto de Piau.
“A participação do representado nesse esquema dava-se por meio da atuação de Ricardo Tosto e de João Pedro de Moura dentro do BNDES. O representado participava também por meio da atuação do senhor Luiz Fernando Emediato (funcionário de seu gabinete parlamentar) na presidência do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Codefat. A atuação do grupo possibilitou a liberação de empréstimos à Prefeitura de Praia Grande e à empresa Lojas Marisa. Esses empréstimos explicam as planilhas e os cheques rastreados”, complementa Piau.
O relatório foi apresentado por volta das 15h desta quarta-feira e ainda vai ser votado pelos membros do Conselho de Ética da Câmara.
A defesa de Paulinho diz que não há nenhuma prova contra seu cliente. O advogado do parlamentar acredita que, se for condenado sem comprovação de culpa, vai acontecer “um linchamento” contra o deputado.
Paulinho não está presente à sessão do Conselho de Ética. A defesa alegou que ele não quer constranger os deputados. (Rodolfo Torres)
Atualizado às 15h48