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Congresso em Foco
12/2/2011 7:00
Antônio Augusto de Queiroz *
Sempre que um novo governo assume e o Congresso inicia nova legislatura, o tema da reforma política ganha destaque no debate e na agenda dos poderes Legislativo e Executivo e também na mídia e na sociedade civil organizada.
O tema é recorrente e já há consenso na sociedade e no Parlamento em relação à necessidade e até a urgência de uma reforma política, mas nenhum acordo a respeito do melhor desenho para os sistemas eleitoral e partidário.
O Diap, para contribuir com o debate, fez duas simulações com os resultados da eleição para a Câmara em 2010 para mostrar como ficariam as bancadas dos partidos caso não tivesse havido coligação ou tivesse sido adotado o ?distritão?, a proposta que torna a eleição para a Câmara majoritária.
A diferença entre o sistema proporcional, com ou sem coligação, e o majoritário (o ?distritão?) é que na eleição proporcional as vagas são distribuídas de acordo com o quociente eleitoral (divisão do número de votos do partido ou coligação pelo número de vagas do Estado na Câmara Federal), cabendo ao partido tantas vagas quantas vezes atingir o quociente eleitoral, enquanto no sistema majoritário são considerados eleitos os mais votados, em ordem decrescente, até o limite de vagas.
A simulação, expressa na tabela abaixo, compara o resultado da eleição, com coligação, como aconteceu; com o sistema proporcional sem coligação, e com o ?distritão?. Os principais beneficiários nas duas alternativas são os três maiores partidos: PT, PMDB e PSDB.
Simulação com o resultado da eleição para a Câmara em 2010 |
Siglas |
Proporcional (com coligação) |
Proporcional (sem coligação) |
Distritão (majoritária) |
PT |
88 |
108 |
91 |
PMDB |
78 |
109 |
88 |
PSDB |
53 |
65 |
65 |
PP |
44 |
37 |
41 |
DEM |
43 |
39 |
50 |
PR |
40 |
37 |
35 |
PSB |
34 |
30 |
29 |
PDT |
26 |
24 |
22 |
PTB |
22 |
14 |
22 |
PSC |
17 |
11 |
17 |
PCdoB |
15 |
10 |
14 |
PV |
14 |
15 |
8 |
PPS |
12 |
7 |
12 |
PRB |
8 |
3 |
8 |
PMN |
4 |
0 |
4 |
PTdoB |
4 |
1 |
1 |
Psol |
3 |
3 |
4 |
PHS |
2 |
0 |
0 |
PRP |
2 |
0 |
0 |
PRTB |
2 |
0 |
1 |
PSL |
1 |
0 |
0 |
PTC |
1 |
0 |
1 |
Total |
513 |
513 |
513 |
Entre os partidos médios, PP, PR, PSB e PDT perderiam nos dois cenários; o DEM ganharia com o ?distritão? e perderia com o fim das coligações, e o PTB empataria no ?distritão? e perderia com o fim das coligações.
Para os pequenos partidos, com menos de 20 deputados, o fim das coligações ou a adoção do ?distritão? também seria ruim. O PSC, o PPS e o PRB perderiam com o fim das coligações e empataria com o ?distritão?, enquanto o PCdoB perderia nas duas hipóteses e o PV perderia com o ?distritão?, mas ganharia com o fim das coligações.
Já entre os partidos muito pequenos, ou nanicos, como são conhecidos os partidos com menos de cinco parlamentares, ninguém ganharia com o fim das coligações. Perderiam nas duas hipóteses: o PTdoB, o PHS, o PRB, o PRB e o PSL. Ganharia com o ?distritão? apenas o Psol. O PTC empataria. Ficariam sem representação na Câmara, nas duas hipóteses, o PHS, o PRB e o PSL.
Os atores políticos e sociais, interessados na reforma política, com a simulação consolidada na tabela acima, já têm uma idéia de quem ganharia ou perderia com o fim das coligações e com a adoção do ?distritão?. Para outras hipóteses, entre as quais o voto distrital, puro ou misto, ou a lista fechada e bloqueada no sistema proporcional, não seria possível uma simulação com base nos dados da eleição de 2010.
O debate está aberto e deve analisar todas as hipóteses que contribuam para: 1) dar consistência ideológica e programática aos partidos, 2) combater a corrupção, e 3) promover a equidade na disputa eleitoral. Este é o desafio do novo Congresso.
*Jornalista, analista político, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e autor dos livros Por dentro do processo decisório ? como se fazem as leis e Por dentro do governo ? como funciona a máquina pública.
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