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Congresso em Foco
15/5/2006 | Atualizado 26/9/2006 às 21:27
Paulo Henrique Zarat
Enquete realizada pelo Congresso em Foco apontou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) como os melhores parlamentares no exercício de mandato, na opinião de jornalistas que cobrem o Senado Federal e a Câmara dos Deputados.
Foram consultados 20 jornalistas, de diferentes veículos de comunicação (leia aqui a lista dos entrevistados). Sob o compromisso de que suas indicações seriam mantidas em sigilo, eles citaram espontaneamente até dez parlamentares em cada Casa. Cada um votou de acordo com seus próprios critérios, sem que o entrevistador sugerisse qualquer nome de parlamentar.
"Os jornalistas que cobrem o Congresso Nacional são muito críticos, observadores e atentos e, por isso, essa referência é uma das grandes motivações da minha vida pública" disse o senador Aloizio Mercadante.
O deputado Gabeira, por sua vez, diz que "hoje em dia é muito complexo ser um bom parlamentar", pois os trabalhos estão se resumindo à apuração de denúncias. Mas, numa situação normal, Gabeira define o bom parlamentar como aquele que é "fiel ao seu programa e à sua base". "É aquele que traz o programa (de campanha) e consegue realizá-lo", pensa ele.
Os mais votados
Em segundo lugar, no Senado, ficou o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), seguido pelo senador Jefferson Peres (PDT-AM) na terceira posição. Na Câmara, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) conquistou a segunda colocação, na frente do presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que ficou em terceiro.
O deputado José Eduardo Cardozo foi muito elogiado pela maneira como conduziu o trabalho de sub-relator da Subcomissão de Contratos da CPI dos Correios. "Vi que a melhor forma de defender meu partido era apurar toda a verdade, foi isso que orientou meu trabalho na CPI", conta o deputado.
Entre os 81 senadores, 21 obtiveram votos, sendo duas mulheres: Heloísa Helena (Psol-AL), a mais votada, e Ideli Salvatti (PT-SC).
Na Câmara, dos 513 deputados, apenas 49 foram citados pelos jornalistas. As deputadas Denise Frossard (PPS-RJ) e Perpétua Almeida foram as mais votadas, mas outras quatro mulheres foram lembradas: Luiza Erundina (PSB-SP), Luciana Genro (Psol-RS), Maria do Carmo Lara (PT-MG), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) e Yeda Crusius (PSDB-PS).
Apesar da crise política que abalou o governo e o Partido dos Trabalhadores no ano passado, o PT foi a legenda com maior número de parlamentares que receberam votos na enquete, 18. O PSDB ficou em segundo lugar (12) e o PFL em terceiro (9). Com cinco nomes de congressistas indicados, o PMDB, um dos maiores partidos do Congresso, ficou atrás do PDT e empatado com o Psol e o PSB. Em seguida, vieram o PCdoB (4); o PPS e o PTB (2 cada); e o PV e o PP (cada qual com um parlamentar citado).
A enquete
A idéia da enquete nasceu da vontade deste site de distinguir os parlamentares mais bem conceituados num momento em que o Parlamento passa por uma grave crise de credibilidade por conta dos sucessivos escândalos que o atingem.
Em meio à tanta lama, quem se salva? Era essa, em outras palavras, a pergunta que gostaríamos de responder, tentando fornecer elementos ao eleitor para exercer seu direito de voto com mais informações e consciência.
Na enquete, que não tem valor científico, foram colhidas as opiniões de jornalistas dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense; das revistas Veja, Isto É, Época e Primeira Leitura; das emissoras de televisão Globo News, TV Record e TV Bandeirantes; das agências Senado e Câmara; e ainda da Rádio Difusora de Goiânia e do Sistema RBS de Rádio. Foram ouvidos ainda o jornalista Antônio Augusto de Queiroz, que acompanha a Câmara e o Senado para o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e o diretor do Congresso em Foco, Sylvio Costa.
Os entrevistados tiveram ampla liberdade para definir os critérios que nortearam suas escolhas. Mas, durante as entrevistas, ficou claro que o quesito honestidade teve grande peso nas indicações. "É inconcebível que um parlamentar, por mais atuante que seja, por melhor que discurse, esteja envolvido em caso de corrupção", destacou o repórter Otávio Cabral, da revista Veja.
Mas outros pré-requisitos lembrados foram "coerência de discurso", "apreço pela democracia" e "respeito pelo voto do eleitor". Houve ainda o que poderíamos chamar de "voto técnico"...
Os "votos técnicos"
Alguns votaram levando em conta o conhecimento técnico e o preparo pessoal que certos parlamentares demonstram. Tais atributos foram associados por jornalistas a nomes como os dos senadores Rodolpho Tourinho (PFL-BA), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e ao do próprio Mercadante.
Os dons de retórica também contaram. Nesse terreno, destacou-se principalmente o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), apelidado por um dos entrevistados como o "ponta-de-lança da oposição". "O Arthur Virgílio faz os melhores discursos e tem as melhores frases contra o governo", disse o jornalista.
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo, eleitos por estados diferentes mas ambos alagoanos, receberam votos pelas mesmas qualidades: a capacidade de buscar acordos políticos e costurar alianças sem se indispor com partidos ou pessoas.
Os dois foram descritos por vários jornalistas como "pacientes e tolerantes". Renan demonstrou muita habilidade para se eleger presidente do Senado, mesmo sofrendo a oposição do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, sem brigar com o PT ou com o governo.
Aldo, ex-ministro das Relações Institucionais de Lula, era colocado para escanteio quase todo o tempo em que esteve no cargo. Eleito presidente da Câmara com o apoio do governo, é agora um dos parlamentares mais influentes no Congresso Nacional.
O bom parlamentar
Mas, o que o bom parlamentar faz melhor que os demais? Que características possuem? Essas e outras perguntas foram feitas aos jornalistas e aos próprios parlamentares vencedores da enquete.
Uma das qualidades apontadas pelos jornalistas como fundamental é a capacidade de pensar o Brasil como um todo, não ficar focado somente em sua base eleitoral. Obviamente, ele precisa representar o seu estado e os eleitores que nele votaram, mas sem se tornar míope em relação ao contexto nacional ou mesmo global.
Outro aspecto ressaltado é que o bom parlamentar apresenta idéias capazes de melhorar o funcionamento do Estado ou produzir reflexos positivos na sociedade. "O bom político é aquele que tem espírito público, que não apresenta emendas só para satisfazer interesses pessoais, o que é raro hoje", disse Cristiana Lobo, comentarista da Globo News.
Além disso, "o bom parlamentar deve ter liderança, engajamento e identificação com a chamada alta política e menos envolvimento com a pequena política", comenta Rudolfo Lago, da IstoÉ. Alta política, aqui, seria aquela que envolve as políticas públicas que definem os rumos do Brasil. Já a pequena política é aquela praticada por meio do fisiologismo, pela concessão de votos por cargos no governo e pelo clientelismo.
Matéria publicada em 15.05.06. Última atualização em 26.09.06
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