O presidente da CPI dos Grampos, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), adiou para amanhã (3) o depoimento do diretor-geral adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), José Nilton Campana. Ao lado do diretor-geral do órgão, Paulo Lacerda, Campana foi afastado ontem do cargo pelo presidente Lula. O horário do depoimento de Campana ainda não está definido.
Para o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix, o afastamento da cúpula da Abin “
foi uma decisão política”. “Foi uma maneira de evitar constrangimentos, uma decisão bem aceita que observou a necessidade de dar uma satisfação”, disse Félix à CPI nesta terça-feira (2).
Reportagem da revista
Veja publicada nesse final de semana revela um diálogo, que teria sido grampeado pela Abin, entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Ao colegiado parlamentar, Félix
admitiu que há precedentes de casos de vazamento de informações por parte de agentes da Abin. Segundo Félix, agentes envolvidos em escutas telefônicas ilegais durante o governo Fernando Henrique Cardoso, já condenados em primeira instância, permanecem no quadro da instituição. “Há precedentes e uma dificuldade muito grande de comprovar que isso aconteceu. Os meios que dispomos não são suficientes para comprovar”, afirmou.
(Rodolfo Torres)