O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Roberto Wider, disse hoje (28) que não solicitará imediatamente a intervenção da Força Nacional de Segurança para garantir a segurança durante o processo eleitoral no estado. A hipótese foi levantada hoje por figuras como o ministro
Tarso Genro (Justiça) e o governador do Rio,
Sérgio Cabral.
O objetivo do reforço teria como finalidade coibir a prática de manipulação dos chamados “currais eleitorais” em municípios e favelas, em que eleitores são induzidos a votar em nomes escolhidos com base em interesses específicos. Investigações dos órgãos de segurança pública do Rio revelam que quadrilhas e milícias (narcotraficantes e grupos paramilitares) têm imposto candidatos “eleitos” pelo crime organizado, e cerceado campanhas políticas de outros pleiteantes.
Segundo Roberto Wider, para quem o problema não pode levar à politização da violência, é preciso mais tempo para a realização de uma análise da ação de milícias no processo eleitoral. "Há problemas reais e problemas noticiados, por isso faremos uma apuração para ter elementos concretos, e saber o que fazer a partir do TRE", explicou o magistrado, alertando quanto à hipótese de que candidatos usem o problema para se promover junto ao eleitorado.
O desembargador afirmou ainda que está em contato com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, que também recebeu denúncias sobre a coação eleitoral no Rio. Wider informou que ambas as cortes promoverão um trabalho conjunto para chegar a uma solução no estado.
(Fábio Góis)
LEIA TAMBÉM:
TSE discutirá influência de milícias com TRE-RJ