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A quixotesca luta de um senador pela ética

Congresso em Foco

24/5/2008 | Atualizado às 15:49

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Tatiana Damasceno

O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Kramer afirma que a morte do senador Jefferson Péres (PDT-AM), ocorrida ontem em decorrência de um infarto fulminante, surpreendeu a todos. Kramer destaca a disciplina do parlamentar, que não comia carne vermelha, não fumava e caminhava diariamente, tanto em Brasília quanto em Manaus, sua cidade natal. Acordava cedo e antes das oito horas já estava em seu gabinete despachando.

Paulo Kramer, que até ontem era assessor do senador, revela ao Congresso em Foco que raramente Péres errava uma análise política, o que acabou transformando-o em uma fonte segura para os jornalistas que acompanham o Parlamento.

Contudo, o senador amazonense, nos últimos tempos, estava cansado de empunhar, muitas vezes solitário, a bandeira da ética e da moral. Em entrevista a este site, publicada em 27 de junho do ano passado, o líder do PDT anunciou que não pretendia concorrer a um novo mandato e que se incomodava com o baixo nível dos políticos brasileiros. (confira a íntegra da entrevista)

“É uma luta que ia contra a corrente da cultura política brasileira que é enormemente tolerante à mentira e a corrupção. Então ele se insurgiu contra estes costumes políticos, que infelizmente dominam a política brasileira desde que o país foi descoberto. Um Quixote sempre batendo com os moinhos de vento”, conta Kramer.

Além da defesa da ética pública, Jefferson Péres era considerado uma voz de bom senso sobre questões de economia e administração pública. Relatou no Senado, por duas vezes, o projeto que culminou na Lei de Responsabilidade Fiscal, promulgada ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso.

“Ele era uma pessoa 100% racional no que diz respeito à economia e a administração pública. Nunca abriu mão do seu compromisso com a racionalidade econômica, com a estabilidade monetária, com a seriedade administrativa”, relata Kramer.

O professor da Unb também fala sobre um lado menos conhecido do congressista, tido como sisudo e antipático. “Ele era realmente um homem tímido, introvertido. Quando ele achava que o interlocutor era digno de respeito intelectual, ele se abria e gostava muito de conversar sobre temas ligados à literatura e cultura em geral, tanto brasileira como mundial.”

Jefferson Péres era um leitor voraz do poeta e dramaturgo espanhol Frederico Garcia Lorca. Também gostava muito do mexicano Ruan Rulfo, autor do romance Pedro Páramo.

Grilos Falantes

Paulo Kramer associa Jefferson Péres à figura de um “grilo falante”. “Eu vejo Jefferson Péres e Pedro Simon [PMDB-RS] como uma espécie de grilos falantes, o tempo todo lembrando seus colegas dos deveres que a Casa e cada um deles tinham para com a opinião pública, para a construção da cidadania e dos deveres éticos”, diz.

Nos últimos tempos o senador estava especialmente empenhado em ajudar na reeleição do atual prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB). Em seu último discurso na tribuna do Senado, Jefferson tratava de um artigo do jornal New York Times, uma insinuava que a Amazônia deveria ser internacionalizada.

“Não tenho tanto medo da cobiça internacional sobre a Amazônia. Tenho medo da cobiça nacional sobre a Amazônia, da ação de madeireiros, de pecuaristas e de outros que podem provocar, repito, o holocausto ecológico naquela região”, declarou o parlamentar.

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