O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou há pouco que, se alguém da oposição ainda quiser alguma explicação extra da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, após a audiência de hoje na Comissão de Infra-Estrutra (CI) da Casa, é alguém “insaciável”. De acordo com Garibaldi, o assunto foi esgotado, tendo em vista que a sessão está prevista para ser encerrada às 18h, tendo sido iniciada às 10h. Ou seja, cerca de oito horas previstas de duração.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ressaltou há pouco que a oposição se orientou pelos questionamentos “na maior urbanidade”, mais ressalvou que ainda não estava totalmente satisfeito com as explanações de Dilma. “Ainda não se sabe quem fez o dossiê”, resignou-se. "Se há um banco de dados na Casa Civil, esse banco de dados está à disposição", rebateu Dilma.
Mais cedo, o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), fez menção à entrevista que a ministra deu recentemente a uma revista semanal na qual ela diz que mentiu durante a ditadura militar, sob tortura. Agripino disse temer o retorno de um “Estado policialesco”, no qual a mentira preponderasse (
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Dilma respondeu que tem “orgulho” de ter mentido, porque quem falava a verdade à época, na condição de opositor ao regime ditatorial, morria. Ela disse também que, muitas vezes, mentiu para proteger seus “companheiros” de luta, no que foi aplaudida por senadores governistas.
Garibaldi disse ainda que as dúvidas foram adequadamente esclarecidas, e que a ministra demonstrou serenidade e desenvoltura, com desempenho à altura da expectativa. Segundo, o senador potiguar, a oposição teve sua munição desgastada pelos sucessivos adiamentos do depoimento desta tarde.
Na avaliação de Garibaldi, a CPI Mista dos Cartões Corporativos tem agora, depois da audiência de hoje (7), todos os elementos para concluir seus trabalhos de investigação.
(Rodolfo Torres e Fábio Góis)