O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), disse na manhã de hoje (27) que o Conselho de Ética da Câmara vai absolvê-lo da acusação de participar de um esquema de fraudes no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Apesar de ontem o relator do caso, Paulo Piau (PMDB-MG), ter pedido sua cassação, o acusado acredita que o voto dos conselheiros vai inverter a situação. “Acho que sim, pela opinião das pessoas e pelo próprio processo”, afirmou Paulinho ao Congresso em Foco, no plenário da Câmara.
No parecer apresentado ao Conselho ontem, Piau utilizou a investigação da Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, para afirmar que o esquema liberava verbas do BNDES fraudulentamente. “Os pagamentos provenientes das fraudes eram lavados por meio de movimentação em dinheiro nas contas correntes de empresas, de ONGs e de membros do grupo, doações simuladas, pagamento a escritório de advocacia e despesas de consultoria ou engenharia”, diz o texto do relator.
Paulinho teria participado do esquema por meio do advogado Ricardo Tosto – ex-conselheiro do BNDES – de João Pedro de Moura, seu ex-assessor, e Luiz Fernando Emediato, funcionário de seu gabinete parlamentar. Segundo a PF, o grupo cobrou propinas da prefeitura de Praia Grande (SP) para obter um empréstimo no banco.
“O processo é um emaranhado de acusações. Só tem é ilação, suposição. O próprio BNDES disse que não tem desvio”, disse Paulinho hoje à reportagem. Ele destacou que João Pedro de Moura não trabalha mais para ele na Câmara.
O deputado disse que o inquérito da PF e o voto de Piau são fruto de perseguição política, porque ele defende os interesses dos trabalhadores no Congresso. “Ele se baseou na política de quem está querendo me derrubar, que não gostam do meu trabalho em defesa dos trabalhadores”, pregou Paulinho.
A votação do relatório de Piau deve acontecer semana que vem. Ontem, a deputado Solange Amaral (DEM-RJ) pediu vista do processo.
Paulinho disse que recebeu a notícia “com normalidade”. “Naquela hora, eu estava no Palácio do Planalto, defendendo os interesses dos trabalhadores.” (Eduardo Militão)