Uma confissão feita hoje (24) deu novo rumo à polêmica do processo de falência judicial da Varig, que, segundo a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu teve interferência direta da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Em cerimônia sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Palácio do Planalto, Dilma admitiu ter encontrado o advogado Roberto Teixeira, cujo escritório cuidou da transferência acionária da empresa aérea, por ao menos duas ocasiões em seu gabinete.
Amigo do presidente Lula, Roberto Teixeira também é acusado de usar o prestígio junto ao petista para facilitar a aprovação da venda da Varig ao fundo Matlin Patterson e três sócios brasileiros. A Varig foi vendida em junho de 2006 ao fundo por US$ 24 milhões e revendida dez meses depois à TAM por US$ 340 milhões.
Em tom alterado, Dilma reclamou contra o que chamou de “tentativa de escandalizar o nada”, e que os contatos com o advogado não poderiam ser tomados como indícios de irregularidades no processo de compra da Varig. A ministra afirmou que as audiências com Roberto Teixeira foram realizadas para tratar sobre os leilões da empresa.
“Se você olhar minha lista de audiências, ela abrange uma quantidade muito grande de pessoas de vários setores da sociedade”, disse Dilma, alegando não ver razão para que os encontros com Teixeira sejam postos sob suspeita. “A não ser que alguém queira criminalizar o nada. Não entendo inclusive a pergunta." (Fábio Góis)