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Congresso em Foco
3/4/2008 | Atualizado às 17:00
Enquanto os governistas concentravam suas atenções na CPI dos Cartões Corporativos, a oposição aproveitou o baixo quorum da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura para convocar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a comparecer ao colegiado duas vezes nos próximos 30 dias.
Com o plenário resumido a integrantes da oposição, os senadores aprovaram requerimentos que convocam a ministra a dar explicações sobre o andamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA).
Cartões
A sessão ficou tensa com a aprovação de um aditamento feito pelo presidente da comissão, Marconi Perillo (PSDB-GO), que incluiu o uso dos cartões corporativos na pauta das audiências com a ministra.
A convocação de Dilma irritou o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Alertado por assessores, Jucá correu ao plenário onde era realizada a reunião para anunciar que iria recorrer ao Plenário contra a decisão da Comissão de Infra-Estrutura.
“Para discutir sobre o PAC, ela virá, não tenho dúvida disso. Não me consta que é atribuição dessa comissão discutir cartão corporativo. Se for para discutir isso, vamos ter de chamar o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para investigar o vazamento de informações da Casa Civil”, protestou Jucá.
“Quero lamentar que se procure encaminhar dessa forma. O enfrentamento e o debate político não podem ser feitos dessa forma. Tem de haver o mínimo de elegância, de jogo aberto. Já pedi à assessoria para colocarmos esse requerimento no plenário para discutir se a Comissão de Infra-Estrutura tem de investigar cartão corporativo”, criticou.
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) também protestou contra a convocação da ministra. “Estou na Comissão de Infra-Estrutura há cinco anos. Passei por vários presidentes, e sempre discutimos aqui assuntos relativos a infra-estrutura. Hoje em função do aditamento feito começamos a sair dos trilhos”, reclamou.
Recuo
Diante da polêmica, Marconi recuou do pedido e submeteu a votação a retirada de seu próprio requerimento. Com isso, manteve-se a convocação da ministra para explicar o andamento das obras do PAC e da hidrelétrica de Belomonte.
Jucá, porém, não se deu por satisfeito com a retirada da discussão sobre os cartões corporativos da pauta da audiência contra a ministra. O líder do governo disse que recorrerá ao Plenário para rever também a convocação de Dilma para falar sobre o PAC e Belo Monte. "Não podemos ser surpreendidos por uma manobra anti-regimental."
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) criticou a reação de Jucá. "O senador Romero Jucá é um parlamentar experiente que, de uns dias pra cá, virou truculento", criticou. Segundo o oposicionista, os governistas estão criando uma tropa de choque para blindar a ministra da Casa Civil.
Antes de voltar atrás em sua decisão, demonstrando irritação com o alerta feito ao líder do governo por assessores do PT que acompanhavam a reunião, o tucano anunciou que iria entrar com uma representação contra a assessoria do Partido dos Trabalhadores. “O que vimos é um extrapolamento (sic) desses assessores”, reclamou. (Edson Sardinha)
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