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Congresso em Foco
28/6/2007 | Atualizado 29/6/2007 às 6:33
Após ser pressionado por seu partido, o presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), acabou “desconvidando” o líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES), para ser o novo relator do processo disciplinar contra o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Quintanilha nega ter voltado atrás no convite e diz que foi apenas uma medida de precaução para evitar problemas futuros. “Eu não o desconvidei, aliás eu o convidei, ele não respondeu se aceitaria, e hoje quando ele respondeu, falei para ele que primeiro queria ouvir o consultor jurídico do Senado para ver quais são os limites de competência do conselho”, disse o peemedebista.
Ao ser questionado se Casagrande seria o novo relator, ele disse: “Eu não sei, não convidei ninguém ainda”.
O novo presidente do Conselho de Ética, eleito na noite de ontem (28) garantiu que não está sendo pressionado e que “trabalhará direito”. Ele alegou ainda que recebeu um telefonema do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), antigo relator do processo, cobrando que seu parecer fosse votado e dizendo que não havia renunciado à função.
“Por isso quis fazer essa consulta antes”, justificou.
Muito chateado, o senador Renato Casagrande chegou a cogitar a possibilidade de ir à tribuna fazer um discurso contra a maneira como o Conselho de Ética está sendo conduzido. Desde o início do caso Renan, o senador tem adotado postura independente e exigindo a continuidade das investigações, o que parece ter desagradado a base governista.
A pressão dos aliados de Renan Calheiros para que o relatório de Epitácio Cafeteira fosse julgado pelo colegiado também teria sido a responsável pela renúncia do ex-presidente do conselho, Sibá Machado (PT-AC).
“Queriam que o relatório fosse votado na quinta-feira em que Wellington Salgado (PMDB-MG) renunciou. Por isso ele disse que ou a votação ocorria ou deixaria a relatoria. Na semana seguinte, fizeram a mesma pressão para Sibá, como ele se recusou a entrar no jogo, acabou renunciando”, disse uma fonte do Congresso em Foco ligada ao Conselho de Ética.
Repercussão
A decisão de Quintanilha dividiu os senadores. Para Renato Casagrande (PSB-ES), houve sim um “desconvite”. “Ele [Quintanilha] disse que vai ver se o processo tem alguma impropriedade, disse que vai levar à assessoria jurídica”, comentou o senador, indignado.
Já para Wellington Salgado, ex-relator e membro do Conselho de Ética, Renato Casagrande continua sendo o indicado. “Ele não desconvidou. Pelo que sei, o senador Leomar Quintanilha só pediu para ver os limites do processo antes de falar com Casagrande. Porque está uma desorganização. E depois poderá chegar ao Casagrande e perguntar se ele aceita ou não ser o relator dentro daquele limite. Talvez ele nem aceite mais”, argumentou Salgado.
Após conversar com Casagrande e Quintanilha, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi enfático. “Para mim o relator já está escolhido. É o Casagrande. Ele [Leomar Quintanilha] disse que não desconvidou”, interpretou.
Para Cristovam Buarque (PDT-DF), a decisão do presidente do conselho foi uma maneira de atrasar os trabalhos do colegiado. “O processo está deixando todo o Congresso em situação difícil. Não é nem pizza, é uma coisa pior. É a sensação de inutilidade”, disse.
A próxima reunião do Conselho de Ética está marcada para a próxima terça-feira (3). (Soraia Costa)
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