Renan sugere perícia em notas e adiamento de votação

Com autorização do próprio Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMBD-RR), propôs ao Conselho de Ética o adiamento para a próxima terça-feira da votação do parecer do senador Epitácio Cafeteira (PTB-AL) sobre as denúncias de que o presidente da Casa teria tido despesas pessoais pagas por Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira Mendes Júnior. Até lá, sugeriu, seria realizada uma "perícia paralela" nos documentos apresentados hoje pela defesa do presidente do Senado.

A sugestão agradou ao senador José Nery (Psol-PA), um dos autores da representação contra Renan. Ele apresentou, contudo, um pedido de aditamento solicitando que a perícia seja realizada por técnicos do Senado, e não de forma "paralela".

Nery insiste, também, na necessidade de ouvir testemunhas – ao menos o lobista Cláudio Gontijo e o advogado da jornalista Mônica Veloso, Pedro Calmon Filho – e de incluir os documentos apresentados hoje pela defesa de Renan no processo.

"A proposta de Jucá é razoável, tem a ver com o que estamos apresentando, mas seria necessário aditar os novos documentos ao processo. A perícia seria feita por técnicos da casa e de outras instituições e acompanhada pelo conselho para que seja garantido todo o esclarecimento. Mas, insisto na necessidade de ouvir testemunhas. Aí incluímos tudo e apreciamos", disse o representando do Psol.

A sugestão de Jucá também ganhou a simpatia do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Para ele, o adiamento com realização de perícia atende ao pleito dos votos em separado apresentados pelo PSDB e pelos senadores Jefferson Péres (PDT-AM) e Demóstenes Torres (DEM-GO) que, acredita, abririam mão da coleta de depoimentos.

"Feita a perícia com legitimidade, nos sentimos atendidos. Os documentos não me parecem soltos, eu torço pelo senador Renan Calheiros, quero que se esclareça a verdade apenas", disse. (Carol Ferrare)