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Exclusivo: as relações entre mídia e poder em Brasília

Congresso em Foco

25/5/2007 | Atualizado 20/11/2012 às 22:12

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ERRADO ---- IGNORAR
 
Um dia antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Navalha, o deputado distrital Pedro Passos (PMDB) ligou para um empresário, diálogo em que demonstra intimidade a ponto de lhe terceirizar a prerrogativa parlamentar de assinar ou não CPIs no legislativo de Brasília. Às 15h02min de 16 de janeiro, quarta-feira, os federais grampearam Passos numa conversa com Ronaldo Junqueira, dono do Jornal da Comunidade (ouça e leia). Na conversa, Junqueira afirma que deputados e ex-políticos seriam sócios ocultos de empresas de outdoors na capital federal.
 
Na verdade, o empresário reclama da interferência do distrital por meio de discursos em plenário sobre a distribuição das cotas de publicidade do governo do Distrito Federal. Passos liga para reclamar de uma matéria contra ele e o amigo Junqueira revela:
 
“Quando você esculhamba a publicidade do governo você está brigando com todos os jornais da cidade. Não é só comigo”, diz ao justificar o texto (leia) contrário ao ex-secretário de Agricultura acusado de favorecer a construtora Gautama, empresa-mãe investiga pela Operação Navalha.
 
Na reportagem, com a intenção de parar com os discursos de Passos sobre o tema de interesse do dono do jornal, o texto bate nas acusações que o distrital carrega sobre o seu envolvimento com grilagem de terras:
 
“A CPI da grilagem de terra foi uma das mais complexas por envolver o hoje deputado distrital Pedro Passos (PMDB), que chegou a ter a sua prisão decretada e o seu irmão, Márcio Passos, preso pela Polícia Federal. Pedro se safou da prisão conseguindo se eleger em 2002 para uma vaga na Câmara Legislativa, e com a diplomação, conseguiu imunidade parlamentar.
 
A máfia dos grileiros que se apossou de áreas públicas era formada por grupos organizados que falsificavam escrituras, usavam laranjas, levando o Judiciário a incorrer em erro, constituindo condomínios na aposta da teoria da irrevogabilidade do fato consumado e depois vendendo muitas vezes o que não possuíam”.
 
Na conversa com Passos, Junqueira não admite que os deputados distritais estão propondo cortes no orçamento de publicidade do governo do DF. “Tem uns 11 deputados doido propondo cortar 20 milhão cada um da verba do governo de publicidade e você está lá no meio. Meu Deus do céu”, questiona o empresário.
 
“Mas pra que você vai bater em mim o único que é seu amigo de verdade, sô. Bate nos outros dez, uai... Algum dia na vida você me pediu alguma coisa que eu falasse não para você? Você tem dúvida se você pedir pra mim tirar assinatura de CPI ou botar se eu deixo de tirar ou deixo de botar?”, responde Pedro Passos.
 
O empresário admite na gravação que mandou fazer a reportagem contra o deputado distrital, depois de um pronunciamento que o parlamentar fez sobre os gastos com propaganda. “Agora não tem uma semana que você não faz um discurso esculhambando publicidade”, reclama Junqueira. “Todo dia chega repórter meu: “Olha, o Pedro Passos ta lá fazendo discurso esculhambando a publicidade. Olha o Pedro Passos ta lá... P*! Que m* é essa?”.
 
Junqueira se vangloria de um de seus repórteres, na verdade o editor de política do seu jornal escalado para “bater” no distrital motivado pelos seus interesses privados. “Mas porque que invés de você chamar o Calado (Ricardo Calado) pra me uma porrada em mim, você não me chamou”, reclama Passos. “É que o Calado é igual àqueles assassinos do Nordeste. Você manda ele atirar e ele atira. Quantos tiros, chefe?”, retruca o empresário. Passos recomenda, em dado momento, que o dono do jornal “bata” em Alírio Neto (PPS), o presidente da Casa.
 
Deputados “por trás”
 
Na conversa, Junqueira também reclama que a Câmara Legislativa do Distrito Federal está aumentando a verba publicitária para os outdoors espalhados pela cidade. Os empresários de jornal teriam se reunido na manhã de 16 de maio para discutir um meio de mudar isso com o presidente da Casa, Alírio Neto (PPS). “Eu já mandei avisar para ele. Não faça essa bobagem. Esse negócio de outdoor. Eu sei que em cada empresa de outdoor tem um deputado por trás”, acusa o empresário.
 
Segundo Junqueira, os anúncios da Casa estavam sendo veiculados nos painéis do senador cassado Luiz Estevão, do ex-deputado federal Wigberto Tartuce (PP) e do empresário Paulo Roxo – que, segundo fontes consultados pelo Congresso em Foco, foi coordenador informal de campanha do governador do DF, José Roberto Arruda (DEM). Roxo não foi localizado pela reportagem, assim como Estevão. Tartuce não retornou recados deixado com seu assessor.
 
“Agora quebra nosso galho. Não mexe com esse negócio de publicidade não porque já tem muita gente pra dar trabalho pra nós. Vai fazer CPI do lixo, fazer o que você quiser”, pede o dono do Comunidade ao distrital Pedro Passos.
 
O coordenador de Comunicação da Câmara, Paulo Gusmão, disse que Alírio não comentaria as declarações grampeada pela PF. Ele afirmou a alocação de verbas para publicidade em outdoors é proporcionalmente a mesma do ano passado, assim como os valores para jornal. Gusmão disse que nem ele nem Alírio foram procurados por donos de jornais insatisfeitos. Para este ano, a Câmara tem um orçamento de R$ 8 milhões para gastar com publicidade.
 
As gravações mostram que Passos imaginou que o empresário temia uma eventual CPI do Lixo, para investigar irregularidades da administração de resíduos sólidos em Brasília. “Eu achei que você estava brabo até com essa do lixo. Na hora que eu vi a matéria, eu pensei que você está contrariado era com negócio dess
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