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Congresso em Foco
18/3/2007 | Atualizado às 16:51
Falar mal da política é um dos passatempos prediletos do brasileiro comum, aquele que vive de salário, que tem pouco dinheiro para pagar muitas contas e que sempre tem que colocar mais água no feijão. Mas temos que reconhecer que a atual legislatura, que ainda não tem nem dois meses de existência, é uma das mais esforçadas que já apareceram nos últimos 30 anos.
Tudo bem que ela, como toda e qualquer outra legislatura, tem lá os seus incontáveis vícios. Contudo, é diferente na vontade, no desejo de acertar, de mostrar que a palavra de ordem agora é o trabalho incessante, para que os obstáculos ao nosso progresso sejam, um a um, removidos. E tudo, obviamente, no maior dos espíritos democráticos.
O próprio presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), tem conduzido um ritmo de votações poucas vezes (para não dizer nunca) visto. Com Chinaglia na presidência da Câmara, a semana parlamentar para os deputados passou de três para quatro dias. Pode parecer pouco, mas é uma mudança e tanto.
O petista só não conseguiu fazer com que a sexta-feira tenha trabalho no Congresso, porque isso já seria sobre-humano. Sexta-feira é um dia especial demais para que tenha votações no Congresso, para que seja perdido em batalhas políticas que podem esperar pela próxima segunda ou terça.
Mas eu dizia que Chinaglia imprimiu uma produtividade germânica na Câmara. Nas primeiras semanas como presidente da Casa, o petista conseguiu colocar em votação medidas provisórias, projetos etc. E tudo era aprovado com uma facilidade assombrosa.
No entanto, existia uma tal de CPI do Apagão Aéreo entre a eficiência, o novo, a alta produtividade e a tradição da Câmara. A oposição, no seu direito mais do que democrático, entrou em processo de obstrução das votações para que a comissão seja instalada. Os líderes oposicionistas foram ao Supremo Tribunal Federal e levaram as suas queixas.
Até que o Supremo decida o que vai acontecer, a obstrução impede que projetos sejam votados. E os atuais partidos de oposição fazem o mesmo papel dos antigos partidos de oposição. Os atuais partidos que compõem a base do governo seguem à risca o que faziam os antigos partidos governistas.
Ao menos as conversas de bastidores no Congresso, durante a obstrução das votações, ganham mais força. Não que esse tipo de conversa seja exceção no Parlamento nacional. Ora, se durante o funcionamento normal do Congresso, a conversa não oficial entre os seus mais diversos personagens é uma de nossas tradições mais sólidas, o que dizer do bate papo na obstrução, quando o cafezinho fica mais demorado...
Além do mais, com a obstrução das votações, é possível prestigiar diariamente o poente de Brasília, o mais belo que o Brasil foi capaz de produzir.
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