Em depoimento que está sendo prestado agora no Conselho de Ética da Câmara, a ex-funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino afirmou que nunca testemunhou diretamente nenhuma conversa entre os donos da Planam e parlamentares sobre o pagamento de propina em troca de emendas apresentadas ao Orçamento da União.
Entretanto, Maria da Penha ressaltou que ouviu uma conversa entre o sócio da Planam Ronildo Pereira Medeiros e um dos motoristas da empresa. No diálogo, Ronildo teria dito que eram pagos de 10% a 20% aos parlamentares sobre o valor das emendas aprovadas para compra de ambulâncias.
De acordo com ela, os donos da Planam ofereciam a parlamentares, antes da fase de apresentação de emendas ao Orçamento, projetos para compra de ambulâncias e de equipamentos de saúde.
A ex-funcionária ainda afirmou que às vezes os valores eram muito altos, o que gerava recusa da área técnica do ministério. O projeto então era refeito até ser aprovado no órgão, mesmo que necessitasse ser avaliado em sucessivos pareceres técnicos.
Por fim, Maria da Penha ressaltou que não tinha poder de decisão nem na Planam nem no Ministério da Saúde. O trabalho dela consistia apenas em acompanhar o andamento dos projetos. (Renaro Cardozo)