A CPI dos Sanguessugas adiou há pouco os depoimentos marcados para esta tarde do empresário Valdebran Padilha, do advogado Gedimar Passos e do ex-analista de mídia e risco da campanha à reeleição do presidente Lula Jorge Lorenzetti. Os três são acusado de envolvimento na compra de um dossiê que envolveria políticos do PSDB com a máfia das ambulâncias.
O motivo, que foi acatado pelo relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), foi o pedido do vice-presidente do colegiado, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que só pretende ouvir os três quando tiver conferido o material entregue na última quinta-feira (26) pela Polícia Federal.
Além disso, Jungmann expôs o fato da crise no sistema aéreo brasileiro, que está provocando atrasos em vôos de todo o país, ter impossibilitado a presença de alguns integrantes da CPI.
O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) não concordou com a decisão tomada de adiar os depoimentos e questionou o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), sobre os 40 requerimentos e 29 convocações a espera de votação no colegiado desde o dia 5 de setembro. "Existe uma ação deliberada de todos nós de fazermos um enterro da investigação do Executivo", afirmou. O parlamentar também afirmou que a investigação será "um fracasso total". No entanto, Redecker não acredita que a votação histórica do presidente Lula no último pleito absolva o governo petista de investigação.
Já Biscaia se defendeu dizendo que "não há nenhuma intenção deliberada de enterrar as investigações do Executivo e que a não aprovação dos requerimentos foi por falta de quorum, o que não é responsabilidade da presidência".
Neste momento, Biscaia e Lando estão reunidos para avaliar o cronograma de trabalho das próximas semanas. O relatório da comissão precisa ser votado até 18 de dezembro. (Lúcio Lambranho)