PT fecha acordo com Temer mesmo com disputa no Senado
Congresso em Foco
29/10/2008 | Atualizado às 16:27
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O PT irá apoiar o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), na sucessão à presidência da Câmara, independentemente do apoio do PMDB no Senado. Na noite de ontem (28), no jantar realizado na casa do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para lançar oficialmente a candidatura de Tião Viana (PT-AC) à sucessão no Senado, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), fez suas apostas e declarou apoio oficial à candidatura de Temer.
O telefonema de apoio, segundo Temer, foi dado à meia-noite de ontem. “Berzoini me ligou ontem mesmo, após o jantar na casa do Suplicy, e declarou que o PT decidiu lidar com as candidaturas nas duas Casas em separado. Dessa forma, creio que não teremos problema de apoio do PT na Câmara. E o apoio será buscado em separado”, disse Temer ao Congresso em Foco.
Berzoini confirma as declarações do peemedebista. A estratégia petista é preservar o acordo entre os dois partidos – feito em 2007 para a alternância da presidência entre PT e PMDB na Câmara –, na tentativa de angariar a simpatia dos peemedebistas no Senado.
“Não haverá por parte do PT uma desconsideração do acordo feito anos atrás. O PT não trabalha com a lógica de que, para apoio a Temer, tem que ter apoio a Tião”, declarou Berzoini ao site. “Mas, para uma boa relação, nós reivindicamos o apoio do PMDB no Senado. Não vinculamos as duas candidaturas. Mas, mais do que um compromisso, há a questão política”, explicitou.
Para o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), presente ontem ao jantar de oficialização da candidatura de Viana, o apoio a Temer desvinculado das eleições no Senado é “mais um gesto de demonstração de apoio ao PMDB”. “Mas essa demonstração vai contribuir muito para que o PMDB apóie o PT no Senado. Durante todos esses seis anos, sempre sustentamos a valorização ao PMDB no Senado. É uma relação estratégica”, acredita Mercadante.
Jantar
Na noite desta quarta-feira (29), o deputado Moreira Mendes (PPS-RO) realiza em sua residência, em Brasília, um jantar em apoio à candidatura de Temer. Segundo Mendes, a intenção é angariar a simpatia dos demais parlamentares de seu partido ao presidente peemedebista.
"A iniciativa do jantar é minha e não do partido. E o meu apoio é à pessoa de Temer e não ao PMDB. Tanto que convidei Temer para o jantar antes das eleições [municipais]", afirma Mendes, que nega qualquer intenção de vincular seu partido à crescente força que o PMDB tem tomado no cenário político. "O presidente Temer tem uma vasta experiência e é um conciliador. Precisamos de alguém que vá conciliar, que valorize os deputados", considerou.
Entre outros, devem participar do jantar hoje à noite o ministro Hélio Costa (Comunicações), os senadores peemedebistas Romero Jucá (RR), Renan Calheiros (AL) e o líder do PMDB no Senado Valdir Raupp (RO) e os líderes na Câmara do PSDB, José Aníbal (SP), do DEM, ACM Neto (BA), do PR, Luciano Castro (RR), do PP, Mário Negromomente (BA), do PT, Maurício Rands (PE), do PTB, Jovair Arantes (GO) e o líder do PPS, Fernando Coruja (SC). (Renata Camargo)
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