FOLHA DE S.PAULO
Investigação do valerioduto chega a secretário de Aécio
Embora centrada em episódios da campanha de 1998 à reeleição do ex-governador de Minas Gerais e hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB), a denúncia da Procuradoria Geral da República sobre o valerioduto tucano deve afetar o futuro político de dois aliados de primeira mão do governador Aécio Neves (PSDB-MG). Os tucanos Danilo de Castro e Mauri Torres -secretário estadual de Governo e líder de Aécio na Assembléia Legislativa, respectivamente- avalizaram, em novembro de 2004, após as eleições municipais, empréstimo de R$ 707 mil que a agência de publicidade SMPB, então de Marcos Valério, tomou no Banco Rural. Ambos dizem ter atendido a um "pedido pessoal" de Ramon Cardoso, ex-sócio de Valério. A denúncia da Procuradoria pede que a conduta de Castro e Torres seja apurada pelo Ministério Público de Minas. Cita que as agências de Valério SMPB e DNA ganharam licitações no governo mineiro "justamente" sob Castro como responsável pelo certame. Em 2004, a SMPB também atendia o Legislativo mineiro.
CPMF causa bate-boca entre os senadores e governadores tucanos
O desfecho do Congresso Nacional do PSDB foi marcado por uma divisão no partido, que ontem incluiu troca de farpas entre governadores e senadores tucanos, em relação à votação da prorrogação da CPMF. A crítica mais dura foi feita pelo líder da bancada do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM). "É uma coisa bem simples: governador decide onde fazer viaduto, e senador decide como vota projetos", disse. Na contramão, o governador Cássio Cunha Lima (PB) criticou a decisão dos senadores. "O partido está errado e a condução está equivocada. Não podemos repetir o PT do passado para fazer o PSDB do futuro."
Senado gasta R$ 781,5 mil em "horas extras"
Servidores recebem até R$ 4.000 sobre salários brutos para participar de comissões; mecanismo eleva salários dos "apadrinhados'.Em dez meses, o Senado já pagou R$ 781,5 mil de salário extra para um seleto grupo de funcionários. A justificativa para o gasto é que esses servidores recebem uma espécie de bônus para que desempenhem atividades específicas para a Casa. A gratificação é concedida aos que participam de comissões especiais responsáveis por temas diversos, que vão do controle de compras até a organização de eventos, como os 200 anos da chegada de D. João 6º. A Folha apurou que alguns nomeados recebem a mais, nos seus salários, até R$ 4.000 sobre os valores brutos. A folha de pagamento "paralela" tecnicamente não é computada como salário, o que permite elevar acima do teto definido pela Constituição (de R$ 24.500) os vencimentos de servidores, que ainda acumulam horas extras, computadas depois das 18h30 em dias de sessões deliberativas, além de outras gratificações previstas em lei.
O ESTADO DE S.PAULO
Secretário de Aécio será investigado no caso do mensalão tucano em MG
Danilo de Castro, titular de Governo, foi um dos avalistas de empréstimo de R$ 711 mil levantado pela SMPB. O governo mineiro corre o risco de entrar nos holofotes na segunda fase das investigações do mensalão tucano. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu ao Ministério Público de Minas que investigue "a conduta sob os enfoques cível e criminal" do atual secretário de Governo de Aécio Neves, o deputado licenciado Danilo de Castro (PSDB-MG). Castro foi avalista, com o deputado estadual Mauri Torres (PSDB), de um empréstimo levantado pela SMPB Comunicação, no valor de R$ 711 mil, no Banco Rural. A transação é de 25 de novembro de 2004, quando Castro já ocupava seu posto no governo mineiro e Torres era presidente da Assembléia Legislativa. O secretário de Governo é o principal articulador político do governador de Minas e foi coordenador de sua campanha eleitoral em 2002. No processo de composição da nova Executiva Nacional do PSDB, aliás, Aécio conseguiu emplacar na secretaria-geral o deputado Rodrigo Castro (MG), filho de seu auxiliar.
''Risco de caixa 2 é para todos''', diz Berzoini
Para ele, nova denúncia mostra que PT foi injustiçado em 2005. Um dia após o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, denunciar o esquema do mensalão tucano ao Supremo Tribunal Federal (STF), representantes do PT aproveitaram para lembrar as críticas que sofreram em 2005 e defender novamente a tese de que esquemas de caixa 2 de campanha, como o eclodido naquela época, era uma prática recorrente na política brasileira. Ontem, em Curitiba, o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), disse que a denúncia contra 15 suspeitos de peculato e lavagem de dinheiro "comprova que o esquema Marcos Valério começou em Minas, com o PSDB". Além disso, segundo ele, ficou demonstrado que "aquele tipo de ataque que foi feito contra o PT em 2005 e 2006 é absolutamente injusto, porque esse tipo de risco existe para todos os partidos".
'''Qualquer erro''' será fatal à CPMF, admite Múcio
Com poucas horas no cargo, novo ministro das Relações Institucionais procura senadores mais resistentes e evita polêmica com a oposição. Depois de assumir as negociações para a aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado e se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o novo ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB-PE), deixou clara a preocupação do Planalto com a votação. Chegou a compará-la a um clássico de futebol, no qual "qualquer erro, qualquer jogada mal jogada, pode mudar o resultado para qualquer um dos dois times". Com poucas horas no cargo, Múcio fez questão de procurar os senadores mais resistentes, principalmente do seu partido. Ao fazer discurso de que a CPMF é imprescindível, mesmo respondendo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que atacou Lula, o ministro evitou polemizar com a oposição, reconhecendo que precisa de seus votos. Elogiando o novo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou, diplomaticamente, ter certeza que "ele vai saber separar o discurso político do eleitoral".
O GLOBO
Procurador pede investigação sobre secretário de Aécio
Na denúncia do valerioduto tucano, a Procuradoria pede investigação da relação do secretário de Governo de MG, Danilo Castro, com Marcos Valério. FH disse que os brasileiros não podem ser liderados por "gente que despreza a educação, a começar pela própria".
Ingresso da Venezuela descumpriu critérios técnicos
A tentativa de levar a Venezuela para o Mercosul não esbarra só em dificuldades políticas - se o país é ou não democrático. Ele também não cumpriu critérios técnicos, como a divulgação do cronograma para liberar o comércio, alertam especialistas.
SP paga R$ 13 mil por mês em aluguéis para deputados estaduais
Além de pagar salários a não-concursados, carros e outras mordomias, saem dos cofres públicos de São Paulo R$ 13 mil por mês para pagar aluguéis de cada um dos 94 deputados estaduais. Os extras somam quase R$ 22 mil mensais.
CORREIO BRAZILIENSE
FHC reprova o presidente Lula
“Não queremos que os brasileiros sejam liderados por alguém que despreza a educação, a começar pela própria”. Enquanto governadores adotam um discurso moderado, o ex-presidente manda um recado duro para Lula. Os governadores José Serra e Aécio Neves são os nomes que podem levar o PSDB de volta ao Palácio do Planalto em 2010. Mas quem fez sucesso mesmo na Convenção Nacional do partido foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A ele foram reservados os discursos de encerramento nos dois dias do encontro, com direito a aplausos em pé e gritos de “volta!”. A popularidade entre os cerca de 1.200 tucanos presentes à convenção se explica. Fernando Henrique encarna o discurso do radicalismo contra o governo Lula, enquanto os governadores adotam uma linha mais moderada e mantêm aberto o diálogo com o Palácio do Planalto. Ontem, ao encerrar a convenção, Fernando Henrique foi ainda mais duro. Seus ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram quase pessoais, mesmo sem citar o nome do adversário. “Querem nos colocar o estigma de elite. Nós não somos elite. Somos sim gente que estuda e trabalha e sem estudo e trabalho não se muda o Brasil. Há sim acadêmicos entre nós. Não temos vergonha disso. Há sim gente que sabe falar mais de uma língua, mas sabemos falar a nossa língua e falamos direito. Não queremos que os brasileiros sejam liderados por alguém que despreza a educação, a começar pela própria”. O ataque foi entendido por todos como uma referência a Lula, que não tem diploma universitário.
Cunha Lima ataca senadores
O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, escancarou ontem a divisão do PSDB sobre a prorrogação da CPMF. Ao chegar à convenção nacional do partido, ele reconheceu publicamente a tensão entre os governadores e os senadores do partido. “Há cinco governadores a favor da CPMF e a bancada do Senado faz ouvidos de mercador a isso”, queixou-se. “Estamos diante de um impasse grave para nos organizar.” Cunha Lima fez as declarações um dia depois de se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. O governo espera que ele garanta o voto do senador Cícero Lucena (PSDB-PB) para a prorrogação do tributo. “Minha posição é algo que não pode faltar ao PSDB: coerência. Se o (Geraldo) Alckmin tivesse sido eleito, essa discussão sobre a CPMF não estaria acontecendo. Nós criamos o imposto, não fica bem adotar uma posição contraditória.”