O candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, atribuiu hoje o péssimo desempenho dos alunos do estado no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) às altas taxas de migração. Em entrevista ao SPTV, o tucano reafirmou sua proposta de colocar dois professores em cada sala nas turmas de ensino fundamental.
"Diferentemente dos estados do sul, São Paulo tem muita migração e este é um problema. Houve expansão quantitativa no ensino para atender a demanda, agora temos que focar na qualidade", afirmou.
No último Prova Brasil, avaliação do Ministério da Educação sobre o rendimento escolar no país, a quarta série do ensino municipal de São Paulo está entre as sete piores do país, na comparação com a das demais capitais. Na média, os alunos não obtiveram a metade do total de pontos, juntamente com estudantes de vários estados do nordeste. O levantamento foi feito no fim do ano passado.
Serra não explicou de onde vai levantar recursos para dobrar a folha de pagamento dos professores, hoje em R$ 9 bilhões, para contratar dois professores por sala de aula. "A segunda professora é estudante universitária de Pedagogia, de Letras. É uma assistente com salário inicial", ponderou.
Reação
O candidato do PT ao governo do estado, Aloízio Mercadante, criticou a declaração de Serra. Segundo ele, o tucano adotou uma postura de "discriminação contra brasileiros que ajudaram a desenvolver o Brasil".
O petista apresentou dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad) do IBGE, para justificar que, entre 1999 e 2004, mais pessoas saíram do que entraram no Estado. Os números apontam ainda que 58% dos migrantes de São Paulo são do Nordeste, o que, na opinião do petista, revela preconceito de Serra contra os nordestinos.
"Se expressa nessa declaração, mais uma vez, um preconceito inaceitável. Os nordestinos em São Paulo são solução, não são problema", disse o petista.