Os deputados Salvador Zimbaldi (PSB-SP), Philemon Rodrigues (PTB-PB) e Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE) também atuaram no esquema da máfia das ambulâncias. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. Segundo a reportagem, assinada pelos jornalistas Adriano Ceolin, Ranier Bragon, Leonardo Souza e Luciana Constantino, o empresário Darci Vedoin disse que o pagamento de propina aos deputados era "praxe" quando ele começou a atuar, em 2000.
Os três congressistas são acusados de terem acertado propina de 10% em relação ao valor das verbas do Orçamento da União que direcionariam, por meio de emendas, para que prefeituras comprassem da quadrilha ambulâncias e equipamentos hospitalares superfaturados.
Até agora, os três deputados não são investigados nem pela CPI dos Sanguessugas nem pelo Supremo Tribunal Federal. O Supremo Tribunal Federal investiga 57 parlamentares suspeitos de participação na fraude; já a CPI dos Sanguessugas investiga 90 congressistas.
Darci contou que Salvador Zimbaldi pediu para que a Planam repassasse um microônibus médico-odontológico à Fundação João Paulo 2º. "No ano de 2005, (Darci) entregou à fundação um microônibus zero quilômetro, marca Iveco ou Mercedes, no valor entre R$ 160 mil e R$ 170 mil".
Já com Philemon Rodrigues, Darci disse que orientou um funcionário a pagar ao deputado, a título de comissão, "não mais do que R$ 15 mil". Ao Pastor Pedro Ribeiro, o dono da Planam falou que ele solicitou propina antecipada, mas, como não teria sido atendido, "vendeu" sua emenda para uma quadrilha concorrente.
"Agora não é apenas um pessoa que acusa. É um grupo de depoimentos que, no conjunto, reforçam as provas em diversos casos", declarou o presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). No depoimento à Justiça do Mato Grosso, Vedoin também reforçou as acusações contra outros deputados. Ele assegura que a quadrilha cooptava de "dois a três parlamentares por semana". De acordo com Vedoin, a quadrilha chegou a pagar a escola dos filhos de um deputado envolvido.