Os deputados Itamar Serpa (PSDB-RJ), Marcelino Fraga (PMDB-ES) e Coriolano Sales (PFL-BA) se defenderam hoje das acusações de envolvimento na máfia das ambulâncias. Os três foram citados na lista divulgada ness terça-feira pela CPI das Sanguessugas.
Serpa disse que o nome só consta da relação porque a assessora de outro deputado ligou para a Planam do gabinete dele. "Tanto que na lista dos beneficiados com depósitos não consta meu nome nem o de nenhum funcionário ligado ao meu gabinete". De acordo com o deputado, o prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias (PT), foi quem lhe pediu para apresentar emendas com o objetivo de comprar seis ambulâncias. No entanto, Serpa lembra que nos documentos oficiais do inquérito não consta nenhuma emenda de autoria dele.
O deputado Marcelino Fraga afirmou que está "tranqüilo" com a investigação do Ministério Público e da CPI. Ele negou ter qualquer envolvimento com a máfia das ambulâncias. "Não há gravação minha, não há dinheiro em contas minhas ou de minha família, não conheço os donos da empresa, não estou no livro-caixa", disse. Segundo Fraga, das sete emendas para compra de ambulância que apresentou, somente o asilo de um município comprou o veículo da empresa. O que o deputado não disse é que a mesma ambulância chegou a ser pintada com o seu nome, tendo sido utilizada inclusive para fazer campanha eleitoral.
Quanto a Sales, disse que a última vez que esteve no Ministério da Saúde foi na despedida de José Serra, e que, no atual governo, não tinha abertura para pedir a liberação de emendas. No entanto, das oito emendas feitas por ele, duas foram efetivadas. Em ambos os casos, a empresa Planan venceu a licitação municipal. "Fiz as emendas como faço desde 1995 avaliando as necessidades da minha região, nunca recebi propinas para isso", garantiu ele.