O candidato da situação Felipe Calderón venceu a eleição pela Presidência do México, segundo o resultado final da apuração divulgado nesta quinta-feira. O seu principal rival, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, também declarou vitória, convocou uma manifestação popular para sábado e anunciou que pedirá a impugnação do resultado.
Numa das mais apertadas eleições da história do país, Calderón, do Partido de Ação Nacional (PAN), obteve 35,88%, contra 35,31% de López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), após computados todos os 41 milhões de votos. A diferença entre eles foi de 236.006 votos, segundo a contagem oficial realizada pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE), depois da apuração de 100% das urnas. Roberto Madrazo, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), conquistou 22,27% dos votos.
Desde o último domingo, quando os mexicanos foram às urnas, uma série de dúvidas a respeito da transparência do processo eleitoral foi levantada por Obrador. Depois de ser suspensa a pedido do candidato esquerdista, a contagem dos votos só foi retomada ontem.
"Decidimos impugnar o processo eleitoral e recorrer ao tribunal para uma apuração dos votos, porque não podemos aceitar os resultados fornecidos pelo Instituto Federal Eleitoral. Existem muitas irregularidades", afirmou Obrador, que pretende pedir a recontagem "voto a voto".
A imagem do IFE foi abalada depois que um repórter fotográfico mexicano encontrou atas de votação e outros materiais eleitorais em um depósito de lixo no interior do Distrito Federal. No próximo sábado (8), Obrador liderará uma manifestação com seus seguidores na Cidade do México, da qual já foi prefeito, para exigir a revisão da apuração.
O esquerdista foi o favorito durante a maior parte da campanha eleitoral, mas Calderón, que tem o apoio do governo americano, aproximou-se da vitória no final, ao adotar uma estratégia que comparava o adversário ao radical Hugo Chávez, presidente da Venezuela.