Cerca de 400 manifestantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) invadiram a Câmara esta tarde, armados com foices, pedras e pedaços de pau, para manifestar pela reforma agrária. A invasão aconteceu por volta das 15h. Os manifestantes chegaram a empurrar um automóvel contra a entrada lateral do anexo II da Câmara para forçar a entrada no no prédio.
Já dentro da Câmara, os manifestantes passaram pelos corredores que levam ao Salão Verde. Eles quebraram tudo o que viram pela frente, como vidros, esculturas e luminárias. As polícias Legislativa e Militar e os seguranças da Câmara não conseguiram conter os manifestantes, que permaneceram por uma hora e meia no Salão Verde.
Exaltados com a invasão, os deputados cobraram do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a imediata retirada dos manifestantes do Salão Verde, principal porta de entrada e saída dos parlamentares. Durante esse período, os deputados ficaram ilhados no plenário.
Um dos coordenadores do MLST, Valmir Macedo, exige que o Congresso vote a lei que desaproprie todas as terras onde há trabalho escravo no país. "Queremos protestar também contra os deputados que não votaram o orçamento de 2006 em fevereiro ou março impedindo que o governo pudesse agilizar a reforma agrária no país", protestou Valmir.
Os manifestantes disseram que a polícia agiu com truculência, por isso arrombaram a a entrada da Câmara. Funcionários e pessoas que passavam pelos corredores ficaram em estado de pânico. Cerca de 20 manifestantes foram feridos.
Valmir explicou que o MLST não faz parte do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). "São dois movimentos que surgiram pelo mesmo objetivo, que é a reforma agrária, mas cada um tem a sua política de trabalhar o seu próprio método.