O Psol lançou nesse domingo, em Brasília, a pré-candidatura da senadora Heloísa Helena (AL) à Presidência da República. O partido ainda fechou aliança com o PCB e o PSTU para formação de uma frente de esquerda e escolheu como vice da chapa o economista César Benjamin, ex-guerrilheiro, ex-preso político e fundador do PT, também do Psol.
Em um discurso emocionado, a senadora reafirmou o compromisso marxista da candidatura, condenou as elites "cínicas e decadentes" do país, denunciou "a farsa neoliberal" do PT e do PSDB e mandou um aviso aos dois partidos, seus grandes inimigos na disputa: "Podem vir quentes que estamos fervendo, feito lava vulcânica". Ela deu uma explicação messiânica para a opção socialista da chapa. "A Bíblia diz: ou se serve a Deus ou ao capital. Quem serve ao capital vai virar churrasco do demônio".
A chapa foi lançada no encerramento da 1ª Conferência Nacional do Psol, iniciado sexta-feira. Estiveram presentes ex-integrantes da esquerda petista, que deixaram o partido expulsos ou decepcionados com o governo Lula, entre os quais o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, que será candidato ao governo de São Paulo e os deputados federais Luciana Genro (RS), Babá (PA), Maria José Maninha (DF) e
Chico Alencar (RJ).
O vice da chapa, César Benjamin, disse que é possível um governo socialista num país capitalista. Para isso, afirmou, é necessário enquadrar o Congresso Nacional, eliminar radicalmente as nomeações políticas e implantar um plano de desenvolvimento sustentável com inclusão social. "O Congresso não é uma casa de ladrões, é um microcosmos da sociedade. Há, lá dentro, pessoas honradas e pilantras. Mas o que está errada é essa relação com o Executivo. O Congresso tem que entender que não é onipotente. Nós, se eleitos, vamos enquadrar o Congresso, para que ele não seja uma casa de negócios, com meros despachantes", afirmou.