O ex-deputado federal Carlos Rodrigues (PL-RJ), mais conhecido como Bispo Rodrigues, se apresentou há pouco na sede da Polícia Federal em Brasília. Ele foi preso em decorrência das investigações da Operação Sanguessuga, que desarticulou uma quadrilha que agia desde 2001. Cerca de 40 pessoas já foram presas - entre elas, o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-RO) - sob a acusação de terem cometido crimes contra a ordem tributária e na área de saúde.
A PF cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão nos estados do Acre, Amapá, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro e no Distrito Federal. O esquema envolve a aquisição fraudulenta de ambulâncias, a partir da apresentação de emendas parlamentares no Congresso.
A assessoria da PF informou que vai investigar os parlamentares que tiveram assessores presos, já que alguns deles assinaram as emendas que deram origem às fraudes. Entre os presos, também estão assessores do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e dos deputados federais
Laura Carneiro (PFL-RJ) e João Mendes de Jesus (PSB-RJ), segundo informações da Polícia Federal.
Rodrigues renunciou em setembro do ano passado ao mandato, após ser incluído entre os 18 deputados cujos nomes foram enviados ao Conselho de Ética da Câmara para abertura de processo por quebra de decoro. A renúncia fez com que ele ficasse livre do processo. Segundo a CPI dos Correios, o ex-deputado recebeu R$ 150 mil por meio do esquema irregular de financiamento político montado pelo empresário Marcos Valério.
O ex-deputado, que já foi o principal representante no Congresso da Igreja Universal do Reino de Deus, afastou-se dela há três anos por decisão do dirigente máximo da igreja, bispo Edir Macedo. Já na época, ele foi acusado de operar irregularmente recursos destinados a políticos ligados à Universal.