Reportagem de O Estado de S. Paulo afirma que o governo Lula pagará por medicamentos subsidiados em farmácias particulares preços até 18 vezes maior do que desembolsaria em licitações públicas. Segundo matéria assinada pela repórter Lígia Formenti, o programa Farmácia Popular, que prevê a venda de medicamentos para hipertensão e diabetes com descontos de 90% nas drograrias, não tem como se sustentar.
Entre os exemplos citados pelo jornal, que reservou ao assunto a manchete de sua edição de hoje, a unidade do medicamento para hipertensão Captopril custou ao governo R$ 0,02 na última licitação. Contudo, no reemebolso que o Ministério da Saúde fará nas farmácias, a uindade do remédio sairá por R$ 0,37. O comprador, por sua vez, pagará o restante já no momento da compra: R$ 0,04 por unidade.
Principal responsável pelo programa Farmácia Popular, Dirceu Barbano diz que os gastos são perfeitamente compatíveis. E diz considerar natural a diferença de investimento entre esse projeto e a compra por meio de licitação. "Essa diferença é significativa somente à primeira vista", garante.
Contudo, especialistas em saúde pública criticam os custos do programa adotado pelo governo. "Em princípio, a idéia do reembolso é boa. Na época, até pensei em defendê-la. Mas é extremamente cara. Só pessoas muito otimistas podem acreditar que o programa será duradouro", avalia o sanitarista Gastão Wagner, que durante dois anos foi secretário-executivo do Ministério da Saúde.