Além de indiciar Antonio Palocci pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e corrupção passiva, o ex-ministro da Fazenda também terá seu pedido de prisão solicitado à Justiça, bem como dos outros investigados no esquema de corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). É o que tem garantido, reservadamente, o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil do estado, segundo noticiou a Folha Online. Palocci é ex-prefeito de Ribeirão.
Os policiais e promotores não admitem claramente a intenção de perseguir Palocci, mas dizem em conversas reservadas que vão "buscá-lo" até no exterior, se for preciso. A razão seria a "exemplaridade" da ação. A polícia também diz estar cruzando informações e estava atrasando a conclusão do inquérito na espera da saída de Palocci do ministério.
Além do ex-ministro, são investigados o ex-prefeito Gilberto Maggioni (PT), os secretários de governo Donizeti Rosa e Nelson Colela e a ex-superintendente do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto Isabel Bordini. O departamento seria o abastecedor do esquema de propina.
Na semana passada, o delegado Benedito Antonio Valencise pediu mais 30 dias para conclusão do inquérito, instaurado em agosto do ano passado, após denúncia do advogado Rogério Buratti de suposto esquema de pagamento de propina pela empresa Leão Leão.
O promotor Aroldo Costa Filho disse que, com a demissão de Palocci, a investigação prosseguirá de forma mais tranqüila e eficaz. Já Valencise não quis comentar a saída de Palocci do ministério, mas garantiu que o ex-ministro "tranqüilamente" será indiciado.
"Não há dúvida da sua participação (no esquema de propina). Há provas documentais e testemunhais", afirmou. A principal prova da participação de Palocci no esquema é o depoimento do seu ex-secretário de Governo Rogério Buratti.