A CPI dos Bingos reúne-se por volta das 12h, após a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para ouvir a superintendente do Departamento de Águas e Esgoto de Ribeirão Preto (SP), Isabel Bordini, sobre supostas fraudes nos contratos da área durante a gestão do atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na prefeitura daquele município. A reunião deve ser tomada por intenso embate entre a oposição e os governistas em torno de uma série de requerimentos polêmicos apresentados nos últimos dias à comissão.
A CPI deve discutir a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, que já teve extratos bancários publicados pela imprensa. Ainda não se sabe se o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), vai submeter hoje a votação o requerimento do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) pedindo a quebra de sigilo bancário de Fábio Lula da Silva, filho do presidente Lula.
Lulinha, como é conhecido, foi incluído nas investigações da CPI dos Correios por ter recebido um aporte de capital de R$ 5 milhões da Telemar e uma verba anual de publicidade no mesmo valor. Os oposicionistas que integram a comissão desconfiavam que fundos de pensão pudessem ter desviado recursos para a empresa de jogos de Fábio Luiz. Mas o caso não foi investigado pelas CPIs.
A comissão também pode analisar requerimento do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para convocar o motorista Francisco das Chagas Costa para prestar novos esclarecimentos à CPI. No primeiro depoimento, o motorista disse ter visto o ministro três vezes na casa usada por ex-assessores dele - Rogério Buratti, Vladimir Poleto e Ralf Barquete - para festas e negócios suspeitos. Recentemente, Chagas admitiu à imprensa que levou dinheiro ao estacionamento do Ministério da Fazenda uma encomenda a ser entregue ao chefe de gabinete de Palocci, Ademirson Ariovaldo da Silva.
Em outro requerimento, Dias pede a convocação do corretor de imóveis Carlos Magalhães, que intermediou o contrato de aluguel da "mansão do lobby". O corretor afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, ter visto o ministro da Fazenda nessa casa. Inimigo e ex-assessor de Palocci, Buratti nega ter fechado negócio com Magalhães.