Os dois depoimentos de hoje na Sub-Relatoria de Fundos de Pensão da CPI dos Correios tiveram o mesmo tom. Ligados à Prece (o fundo de pensão dos funcionários da Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro - Cedae), os depoentes negaram que o fundo tenha favorecido o Banco Santos com sua movimentação financeira.
O Banco Santos teve a falência decretada em setembro de 2005. Já a Prece é um dos 13 fundos de pensão que tiveram perdas de cerca de R$ 730 milhões em operações no mercado de derivativos da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Um relatório da Sub-relatoria mostra que a Prece acumulou prejuízos de R$ 309 milhões.
Mas o ex-diretor-presidente da empresa Renato Guerra Marques afirmou que "a preocupação sempre foi atender as especificações de mercado". O ex-funcionário da área de investimento da Prece Carlos Eduardo Carneiro Lemos, que também depôs nesta quinta-feira, usou o mesmo tipo de argumento. Ele acrescentou que a relação entre as duas instituições "sempre se pautou por critérios técnicos e impessoais".
O depoimento, em boa parte, foi conduzido a portas fechadas, por tratar de dados sigilosos da Prece. Durante o período em que o depoimento foi aberto, Lemos limitou-se a reiterar informações já confirmadas, e a enfatizar que sua atuação na Prece "sempre foi baseada em critérios profissionais e de mercado".