Apesar das articulações de senadores junto ao Palácio do Planalto, não é nesta semana que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci vai depor na CPI dos Bingos. A audiência, que estava marcada para a tarde desta quinta-feira (23), após a Ordem do Dia no Senado, foi adiada depois de um acordo firmado entre os integrantes da comissão.
Pelo menos seis senadores, entre eles Tasso Jereissati (PSDB-CE) e os integrantes do PFL Antonio Carlos Magalhães (BA) e José Agripino Maia (RN), avisaram que não poderiam comparecer à reunião da CPI na tarde desta quinta-feira, por conta de compromissos em seus estados. Por isso, a sessão foi adiada. No caso de ACM, a ausência deve-se ao aniversário de 27 anos do neto, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
O governo concordou com o adiamento, mas pediu aos deputados que agendem novo depoimento para outra quinta-feira. O Planalto considera que a presença de um ministro da Fazenda em uma CPI gera impactos negativos no mercado. A forma de minimizar esses efeitos seria jogar a repercussão do assunto para a sexta-feira, dia em que o volume de negócios costuma ser menor.
Desde outubro do ano passado, a CPI insiste em ouvir explicações de Palocci sobre denúncias de corrupção em Ribeirão Preto (SP) quando o ministro era o prefeito do município.
Os governistas tentaram evitar ao máximo a ida de Palocci à comissão. Mas, como a CPI dos Bingos é composta, em sua maior parte, por membros da oposição, o depoimento tornou-se uma certeza. Coube ao Planalto apelar aos senadores para que Palocci seja ouvido como convidado, numa quinta-feira e o quanto antes das eleições.