O deputado Carlos Willian (PTC-MG), um dos sub-relatores da CPI dos Correios, pediu à Caefe (Caixa de Assistência dos Empregados de Furnas e da Eletronuclear) que informe à comissão a origem e o destino dos R$ 28 milhões repassados pela estatal à entidade de previdência complementar, entre 2002 e 2005.
Em depoimento à CPI dos Correios, o ex-diretor de Furnas Rodrigo Botelho Campos rebateu a denúncia do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que teria participado de um esquema de desvio de recursos de Furnas para beneficiar o PT. Funcionário de carreira da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Campos foi afastado da diretoria logo após a acusação de Jefferson.
O sub-relator ressaltou o fato de o Tribunal de Contas da União (TCU) nunca ter recebido prestação de contas da Caefe. Campos afirmou, no entanto, que o fundo publicou os balanços financeiros em boletins administrativos de acesso público.
O ex-diretor de Furnas rebateu as acusações de Jefferson e relatou haver instituído, durante sua gestão, um comitê de seguros, com a participação de todas as diretorias da empresa, para elaborar uma estratégia para evitar o aumento dos valores das apólices de seguros. Segundo ele, as alternativas apresentadas pelo comitê incluíam a redefinição do valor da franquia do seguro.
Os estudos realizados pelo comitê, segundo o depoente, viabilizaram o contrato com a empresa Assurê Corretora de Seguros, no valor de R$ 9 milhões, ou seja, R$ 6 milhões a menos do que o estimado conforme as regras anteriores.
Ainda nesta quarta, o sub-relator pediu a convocação de
Dimas Fabiano Toledo, outro ex-diretor de Furnas, devido à suspeita de irregularidades ocorridas durante sua gestão. Willian afirmou que, em 2002, ano eleitoral, a estatal efetuou pagamentos não-formalizados em valores superiores a R$ 8,5 bilhões. No ano seguinte, os mesmos pagamentos ficaram em torno de R$ 4 bilhões.