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Congresso em Foco
13/1/2009 | Atualizado 14/1/2009 às 22:19
Até o momento um dos dois candidatos oficiais à presidência do Senado, o petista Tião Viana (AC) fez há pouco uma visita ao seu oponente, o atual presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN), e anunciou o que é quase que diariamente reiterado pelo peemedebista: a determinação em permanecer candidato até a manhã do dia 2 de fevereiro, quando acontecem votação e posse do novo comandante. Tanto Tião como Garibaldi descartaram desistir da candidatura, lembrando que foram legitimamente escolhidos pelos respectivos partidos.
“Fui lançado formalmente por cinco partidos, e estou otimista em ter votos suficientes para ganhar com margem de segurança. E respeito o mesmo otimismo e o mesmo realismo do senador Garibaldi”, disse Tião, referindo-se ao apoio recebido do PSB, PTB, PDT e PCdoB – o que, em tese, lhe garantiria 26 votos entre os 81 senadores, na hipótese de que estes sigam a orientação das siglas. Tião não quis comentar se acredita merecer votos mesmo no PMDB, porque seria "deselegante" falar sobre isso na frente do candidato e "anfitrião" peemedebista. Mas, ao Congresso em Foco, ele já havia considerado o apoio peemedebista (leia).
Já Garibaldi levou jornalistas às gargalhadas ao comentar os rumores sobre sua desistência da candidatura. "Houve um 'Garibaldi admite'. Garibaldi não admite nada", respondeu o senador, com a fala pausada e forte sotaque nordestino, suas marcas registradas. Ele também fez graça sobre a hipótese de, com eventual recuo do PMDB, ser candidato à revelia da legenda. "Nã há nada pior do que candidato sem voto." E lembrou ainda que, assim como Tião, ele foi escolhido pela ampla maioria do PMDB – garantia de 19 votos apenas no partido, caso a orientação partidária seja unanimemente obedecida.
"Quero reiterar o que o senador Tião Viana já disse: nós nos lançamos candidatos pelos nossos partidos. Somos candidatos até o fim do processo eleitoral", reforçou Garibaldi, mencionando aquilo que seria o propósito "compartilhado" da disputa. "A grande bandeira dessa eleição é lutar pela independência do Legislativo, para fazer com que o Legislativo seja cada mais forte."
Com a mesma diplomacia que manifestou ao se referir ao adversário (que contrasta com a determinação demonstrada em entrevista ao Congresso em Foco), Tião minimizou a hipótese de que o Executivo estaria interferindo na sucessão do Senado. “Não há uma eleição do Legislativo, seja em qualquer prefeitura ou assembléia legislativa brasileira, ou no Parlamento, que não tenha o interesse do Executivo. É um processo absolutamente normal”, ponderou, lembrando que deve ser preservada a “fronteira da independência, da autonomia e das prerrogativas” entre os poderes.
Sombra de Sarney
Paralelamente aos desdobramentos no Senado, a candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP) continua a ser considerada em outra instância de poder, o Palácio do Planalto. Mesmo com o fechamento do PT em torno de Tião Viana, está na pauta uma conversa entre Lula e o cacique peemedebista sobre a sucessão no Senado – é sabido que o presidente nutre certa simpatia à volta de Sarney à presidência do Senado (ele já comandou a Casa entre 1995 e 1997 e entre 2003 e 2005).
O encontro estava agendado para ontem (12) no Palácio do Planalto, mas José Sarney convalesce de um resfriado que lhe impediu de ir ao encontro de Lula – o que voltou a acontecer hoje (13). Além da relação a cada dia mais estreita entre Lula e Sarney, um jantar a ser realizado ainda neste mês no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, promete dar um ponto final na indefinição: toda a bancada do PMDB no Senado, com 20 integrantes, está convidada.
Sarney tem dito que só por aclamação aceita ser candidato de sua legenda à presidência do Senado. Mas tal unanimidade não existe, uma vez que dois dos fundadores do PMDB, os "históricos" Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE), são frontalmente avessos à postura de alinhamento de Sarney aos interesses do Palácio do Planalto. (Fábio Góis)
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