Nova mordomia no Senado
Uma regalia para poucos privilegiados engordou em R$ 1,8 mil mensais o contracheque de 142 funcionários do Senado, de janeiro a dezembro do ano passado. Escolhidos entre 6,3 mil servidores para participar de 17 comissões especiais, os apadrinhados fazem um trabalho que a direção define como assunto “extra-atividade-fim” da casa.
O Senado mantém uma remuneração paralela à folha de pagamento que beneficia um seleto grupo de funcionários. Em 2008, foram criadas 17 comissões especiais de servidores para cuidar de temas variados, de inventário em almoxarifados à programação cultural. Alguns grupos funcionaram o ano inteiro e renderam a cada funcionário escalado para participar deles pelo menos R$ 1,8 mil mensais, valor bem parecido ao adicional de especialização cogitado recentemente — idéia engavetada, pelo menos até segunda ordem, pela direção da Casa, mas aprovada na semana passada na Câmara dos Deputados.
No caso do adicional por participação em comissões especiais, a regalia é para poucos. Num levantamento realizado nos boletins administrativos do Senado, o Correio identificou 142 servidores escolhidos entre janeiro e dezembro passados para participar dos colegiados. A Casa tem um total de 6,3 mil servidores, entre concursados e comissionados, o que faz das vagas nesses grupos de trabalho objeto de muita cobiça interna, exigindo em boa parte dos casos a intervenção de parlamentares.
Tião Viana: Petista diz que não desistirá mesmo que Lula faça um apelo a ele
O senador Tião Viana (PT-AC) garante que não abrirá mão da candidatura à Presidência do Senado. O petista aposta na indefinição do PMDB para ser a solução de consenso e diz que José Sarney (PMDB-AP) não será candidato. O senador ainda coloca lenha na fogueira: em entrevista ao Correio, revela o teor de uma conversa com
Renan Calheiros (PMDB-AL), seu desafeto. O peemedebista alagoano, segundo o petista, teria dito que prefere um nome do PMDB para comandar a Casa como forma de equilibrar as forças internas do partido, já que Michel Temer, que preside a legenda, é favorito para assumir a Câmara. “Ele via que havia um fortalecimento do PMDB da Câmara na representação dos ministros e a presidência do partido estava com um certo deslocamento em relação ao grupo de que ele faz parte”, diz Viana.
Não é muita pretensão o PT, como quarta bancada, querer a Presidência do Senado?
O regimento, amparado na Constituição, diz que qualquer senador eleito pode presidir o Senado Federal e um deputado, a Câmara. O deputado
Arlindo Chinaglia (PT-SP) foi eleito presidente da Câmara quando seu partido não era a maior bancada. Não vamos esquecer que o senador Antonio Carlos Magalhães (falecido em 2007) foi eleito em 96 quando sua base partidária não tinha mais do que 10 senadores. Isso tem que estar na memória viva para que não se incorra na ideia de imposição, porque isso fere a democracia interna. É como se Barack Obama, filho de muçulmano e negro, não pudesse ser presidente dos EUA.
Bolso vazio – O consumidor em tempos de crise
Por causa do aperto econômico, consumidor prioriza preço baixo, deixa de estocar produtos e realiza compras aos poucos. Lojas, supermercados e indústrias tentam se adaptar.
Álcool – O inimigo da paz
Metade das ocorrências de violência doméstica é ligada ao consumo de bebidas, mostra pesquisa paulista.
O ESTADO DE S. PAULO
Total de indústrias dispostas a demitir é o maior desde 99
Quase um terço da indústria brasileira pretende demitir até o mês que vem. De 1.086 empresas que empregam perto de 1,3 milhão de trabalhadores, 32,5% informaram à Fundação Getúlio Vargas que planejam reduzir o número de operários. Nos últimos dez anos, é o maior índice de companhias dispostas a cortar pessoal. O último pico ocorreu em janeiro de 1999, quando houve mudanças do câmbio fixo para o flutuante. A tendência atual é exatamente oposta à de seis meses atrás, quando 35,7% dos empresários previam contratações no curto prazo. (...) (págs. 1 e B1)
Lula ficou mais forte do que o PT, admite Tarso
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que não ficou magoado com Lula depois que o presidente escolheu Dilma Rousseff para disputar a sucessão. Ao Estado, ele admitiu que a força de Lula é “maior que a do próprio partido” e o PT “está subordinado à orientação política do presidente”.
Preterido no testamento do Palácio do Planalto para a sucessão de 2010, o ministro da Justiça, Tarso Genro, trabalha agora para se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul e jura não guardar mágoa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que escolheu como herdeira, nas fileiras do PT, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Sou maduro demais na política para ficar magoado", afirma Tarso. "O diabo é mais sábio pelo tempo de serviço prestado do que por ser diabo."
A referência bem-humorada ao inferno da Esplanada é uma adaptação do ditado espanhol segundo o qual o diabo é sábio por ser velho. "Sábio dentre os sábios", diz um verso do poeta catarinense Cruz e Sousa (1861-1898), que mostra o diabo criador desencantado, "vencido" pela criatura.
Depois de provocar muita polêmica no PT e no governo ao lembrar que Dilma, ex-pedetista, não tem "vínculo" com o partido nem frequenta as intermináveis reuniões de suas correntes, Tarso intercalou elogios à ministra com advertências sobre o pós-Lula. Mas não recuou. "Dilma vai ter de estreitar muito a sua relação com o PT, se for candidata", constata ele, rebatendo ataques de colegas que torceram o nariz para suas observações. "As pessoas, às vezes, não querem ouvir determinadas realidades políticas que têm de ser ouvidas, para serem superadas e compreendidas."
Mais de 100 adidos vão ganhar até R$ 37,4 mil
Quando assumir o cargo de adido policial em Portugal, no início de fevereiro, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda vai engrossar a lista de ocupantes de um cobiçado posto na diplomacia nacional. Até 2010, serão mais de cem adidos brasileiros espalhados pelo mundo, todos com altos salários - de US$ 9 mil a US$ 17 mil (entre R$ 19,8 mil e R$ 37,4 mil). O gasto mensal apenas com remuneração será de pelo menos R$ 2,2 milhões.
Depois da criação do posto para abrigar Lacerda, o governo prepara agora a ocupação dos novíssimos oito cargos de adido agrícola. A função foi criada por decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio de 2008 e os servidores serão distribuídos por Argentina, Estados Unidos, Suíça, Bélgica, África do Sul, China, Japão e Rússia até o fim deste ano, no máximo no início de 2010.
A multiplicação de postos de adidos abre a discussão sobre a necessidade ou não desses cargos, que muitas vezes servem como prêmio a aliados do governo, ou reconhecimento a militares em fim de carreira. "Os Estados Unidos têm adidos agrícolas há mais de 50 anos, é uma tradição nos países que têm força nesse setor", defende o ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes. "Estamos esvaziando o trabalho dos diplomatas. Seria mais importante centrar fogo na atuação em organismos internacionais do que dispersar forças com um monte de adidos do Ministério da Agricultura", critica o professor Pio Penna Filho, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP).
Para ter menos pacientes de fora, Incor quer mais hospitais
O Instituto do Coração (Incor) proporá ao Ministério da Saúde que apresse a criação de hospitais de referência nas principais cidades brasileiras. Hoje, 7,7% dos pacientes são forasteiros, a maioria de Minas, Rio e Bahia. A Fundação Zerbini e a Secretaria de Saúde têm de cobrir esses custos.
FOLHA DE S. PAULO
Valor de imóvel financiado pode subir
O pacote habitacional em gestação no governo para tentar evitar uma queda brusca no crescimento econômico poderá elevar dos atuais R$ 350 mil para cerca de R$ 500 mil o teto do valor dos imóveis com financiamento pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O novo Plano Nacional de Habitação, base do pacote, prevê a concentração de recursos orçamentários e, principalmente, do FGTS para famílias com renda mensal até R$ 2.000.
Após 12 anos, gastos sociais têm 1ª queda em relação ao PIB
Dados preliminares da execução do Orçamento apontam que os gastos federais com a seguridade social caíram no ano passado, como proporção da renda nacional, pela primeira vez em 12 anos -ou, dito de outra forma, no período de três mandatos presidenciais.
Definida pela Constituição, a seguridade compreende as políticas públicas mais diretamente ligadas à subsistência das famílias, como previdência, saúde, benefícios assistenciais e seguro-desemprego, entre outras. Esse grupo de programas e ações foi, de longe, o maior responsável pela elevação contínua dos gastos do governo desde a década passada.
No período, a conta da seguridade passou de menos de 10% para o equivalente a 13% do PIB em 2007, e a despesa total da União subiu de 14,5% para pouco mais de 18% do PIB. Em 2008, mesmo com recordes sucessivos da arrecadação de impostos, a trajetória do gasto social foi interrompida.
Entre salários, custeio administrativo, compras de medicamentos, repasses a Estados e municípios, investimentos e, principalmente, transferências diretas de renda a sua clientela, a seguridade consumiu R$ 372 bilhões no ano passado, segundo registros quase idênticos do sistema de acompanhamento dos gastos federais oferecido pelo Senado e da ONG Contas Abertas, especializada no setor.
SNI investigou supostos discos voadores no fim da ditadura
Documentos recém-divulgados pelo governo mostram que o extinto Serviço Nacional de Informações investigou a suposta aparição de objetos voadores não-identificados no Pará e no Maranhão em 1977 e 78, no fim do regime militar, informa Fernando Rodrigues.
"Um objeto luminoso, que fazia evoluções em alta velocidade sobre a parte frontal da cidade de Colares [no Pará]" foi visto pelo menos duas vezes, há pouco mais de 30 anos, nos dias 16 e 22 de outubro de 1977. "A forma do objeto era cilíndrica, quase cônica", diz um relato pormenorizado. Um desenho rudimentar dessa suposta espaçonave interestelar completa a descrição do episódio.
O documento relatando esse caso não foi produzido por aficionados de objetos voadores não-identificados, ou óvnis, como se convencionou chamar esse tipo de visão celeste.
Trata-se de um trecho de um informe oficial do governo. Tem 86 páginas, é classificado como "confidencial" e saiu do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações), o órgão de espionagem da ditadura militar (1964-1985) -hoje sucedido pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O SNI participou parcialmente de uma missão comandada pela Aeronáutica nos Estados do Pará e do Maranhão, no final de 1977 e início de 1978. O serviço secreto brasileiro era então comandado pelo general João Batista de Figueiredo. Em 1979, ele se tornaria o último presidente militar antes da redemocratização do país.
BC quer oferecer a exportador até US$ 20 bilhões das reservas
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, quer que os bancos baixem os “spreads” (diferença entre custo de captação do dinheiro e juro ao cliente), relata Guilherme Barros.
Israel comunica a moradores de Gaza que ampliará guerra
Aviões de Israel lançaram panfletos sobre Gaza advertindo que a ofensiva militar contra o grupo islâmico Hamas será intensificado. A ação completa seu 16º dia. A escalada foi autorizada na sexta pelo governo israelense, que rejeitou cessar-fogo exigido pela ONU.
O GLOBO
Favelas crescem 3 milhões de metros quadrados no Rio
As favelas do Rio tiveram um crescimento de três milhões de metros quadrados entre 1999 e 2008, revela estudo do Instituto Pereira Passos (IPP), um órgão da prefeitura. O levantamento – concluído no fim do ano passado – desmente a tese defendida pelo ex-prefeito Cesar Maia de que ocorrera apenas crescimento vertical das favelas durante a sua gestão.
O fim da inocência
Apesar de viverem em realidades opostas, crianças palestinas e israelenses são símbolos da mesma guerra que destrói a infância e já compromete uma geração. Em Gaza, elas são as maiores vítimas da ofensiva israelense: pelo menos 257 morreram em 15 dias.
Brasil perdeu 600 mil empregos em um mês
A crise econômica global fez o país perder 600 mil empregos formais só em dezembro, o dobro da média registrada nos últimos anos, informou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Segundo ele, a abertura de novos postos de trabalho no primeiro trimestre também será reduzida à metade, se comparada com 2008.
Escolas ainda ignoram a nova ortografia
A rede de ensino não se preparou para adotar as novas regras ortográficas, que entraram em vigor em 1º de janeiro. Os livros didáticos distribuídos pelo MEC, por exemplo, só serão atualizados em 2010.