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Congresso em Foco
3/1/2007 12:11
Em artigo publicado no site do PT, o secretário de relações internacionais da legenda, Valter Pomar, critica abertamente o atual presidente do partido, Ricardo Berzoini, que reassumiu o cargo ontem (2). No artigo, Pomar diz que do ponto de vista político o retorno de Berzoini à presidência é ruim para o PT.
“Em primeiro lugar, porque sua presença na presidência facilitará a vida dos que insistem em colocar o PT nas páginas policiais”. Valter Pomar, que integra a corrente Articulação de Esquerda, afirma que, embora não haja ressalvas legais para a recondução de Berzoini, melhor seria que o prosseguimento no cargo do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, até o III Congresso do partido, em julho, ou até a próxima eleição da legenda.
Leia o artigo na íntegra:
“Aos companheiros e companheiras do Diretório Nacional do PT
Por Valter Pomar
No dia 29 de dezembro, recebi uma ligação de Ricardo Berzoini. Neste telefonema, ele me informou que no dia 2 de janeiro retornaria à presidência nacional do PT, da qual estava licenciado há vários meses.
Berzoini pediu e teve minha opinião a respeito de sua decisão. Transmiti minha opinião, também, para Joaquim Soriano, secretário-geral em exercício, que me ligou no mesmo dia 29 de dezembro.
Em linhas gerais, considero o seguinte: Ricardo Berzoini virou presidente do PT num processo de eleição direta. Licenciou-se do cargo, durante o primeiro turno das eleições de 2006, em circunstâncias que são públicas.
No seu lugar, assumiu interinamente a presidência o primeiro vice-presidente nacional, Marco Aurélio Garcia, que também era assessor especial da Presidência da República.
Durante a campanha, Marco Aurélio licenciou-se da assessoria. Mas, terminada o segundo turno, reassumiu suas funções no governo federal.
Nos termos do atual estatuto do Partido, Berzoini só deixa de ser presidente do PT em caso de morte, expulsão ou renúncia.
Berzoini considera que, ao não ter sido citado nas investigações do "dossiê", estariam dadas as condições para seu retorno à presidência do Partido.
Não concordo com a premissa, mas do ponto de vista estritamente "legal" não vejo base para questionar a decisão de Berzoini: ele é o presidente eleito, se afastou por decisão própria e volta por decisão própria.
Entretanto, do ponto de vista político, penso (e disse isso a Berzoini) que seu retorno à presidência é ruim para o PT.
Em primeiro lugar, porque sua presença na presidência facilitará a vida dos que insistem em colocar o PT nas páginas policiais.
Em segundo lugar, porque o episódio do "dossiê" provocou uma quebra nas relações de confiança existentes entre Berzoini e parcela importante dos dirigentes partidários.
Em terceiro lugar, porque não foi ele quem esteve à frente da presidência, durante a fase final da campanha (especialmente o segundo turno), o que certamente tem implicações na sua relação com a sociedade, com o Partido e com o governo.
Em quarto lugar, porque há indivíduos que parecem querer instrumentalizar seu retorno à presidência, a favor de um grupo e não a favor do Partido.
Não me compete informar de que maneira Ricardo Berzoini reagiu a cada uma destas ponderações.
Melhor seria, na minha opinião, que a interinidade tivesse prosseguimento, com Marco Aurélio se licenciando do governo e se dedicando integralmente ao Partido, até o III Congresso ou até o próximo PED.
Uma vez que Berzoini tomou a decisão de retomar à presidência, mesmo que de forma e em data que me parecem pouco adequadas, é fundamental que a direção nacional do Partido siga funcionando coletivamente e atenta para o fato de que, eleita num momento de transição na vida do partido, a direção escolhida no PED de 2005 é também transitória.
Além de conduzir o processo eleitoral, esta direção tem entre suas principais tarefas defender o PT, estabelecer uma relação de novo tipo com o segundo mandato de Lula e organizar o III Congresso (e, por decorrência, organizar o PED 2007), onde a base partidária dirá que tipo de partido e que tipo de direção quer ter.
Saudações petistas
Valter Pomar
Secretário de relações internacionais do PT”
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