Apesar da decisão do PDT de não apoiar ninguém neste segundo turno, o senador Cristovam Buarque (DF) admitiu ter votado no candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin.
"Não votei pensando em quem vai ganhar, votei pensando na história. Mas estou preocupado com os próximos meses. Temo que a democracia esteja imprensada entre os que querem o impeachment e o golpe. Vamos passar por momentos difíceis", afirmou.
Segundo o senador, a vitória do presidente Lula poderá trazer problemas à democracia. "A força que o presidente chega e seu carisma podem levar a tentações autoritárias. O presidente se sente como um monarca. No caso do Lula, se reeleito, os mesmos quadros vão continuar, e, com o passivo existente, há o risco de uma crise. E, instalada tal crise, ele poderá tentar passar por cima do Congresso", disse.
Cristovam teme, por exemplo, manobras para tentar um terceiro mandato ou o uso excessivo de medidas provisórias em um eventual segundo governo.
"O PT se acomodou diante do fato de o governo não fazer mudanças, diante dos escândalos e rapidamente se acomodará diante de gestos autoritários. Não teve intelectuais que disseram que na política é preciso pôr a mão na lama? Essas mesmas pessoas podem defender que se coloquem algemas nas mãos dos que são contra a sua política", ressaltou.