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Congresso em Foco
15/9/2006 | Atualizado às 16:16
Os empresários Luiz Antonio Vedoin e Darci José Vedoin, sócios da Planam, colocaram o ex-ministro José Serra (PSDB), líder na disputa pelo governo de São Paulo, sob suspeita de envolvimento com a máfia das ambulâncias. Em entrevista que será publicada na revista Istoé deste fim de semana, eles revelaram que o esquema cresceu mais durante à época que tucano esteve à frente do Ministério da Saúde.
"Quando o Serra era ministro, foi o melhor período para nós. As coisas saíam muito rápido", relatou Darci Vedoin aos jornalistas Mário Simas Filho e Biô Barreira.
Os empresários, presos em maio por pagarem propina em troca de emendas para a compra de ambulâncias, contaram que até 2002, ainda durante o governo Fernando Henrique, a liberação de recursos do Ministério da Saúde para a compra de unidades móveis era praticamente garantida.
"Na época deles o nosso negócio era bem mais fácil. O dinheiro saía muito mais rápido. Foi quando mais crescemos", disse Darci, segundo a Istoé. "A confiança do pagamento era tão grande que chegamos a entregar cento e tantos carros apenas com o empenho do Ministério, antes de a verba ser liberada", continuou o empresário.
Segundo os sócios da Planam, o ex-ministro Barjas Negri, que assumiu a pasta quando Serra partiu para a disputa presidencial, também contribuiu com a fraude. Nessa época, de acordo com a reportagem, um empresário de Piracicaba era o responsável por fazer a ponte entre a empresa e o então ministro.
"Quando o Serra era ministro as operações eram feitas pelos parlamentares. Quando o Barjas deixou de ser secretário-executivo e assumiu o comando do Ministério, ele (o empresário de Piracicaba) passou a ser o responsável pela liberação dos recursos, apesar de não possuir nenhum cargo naquela pasta", relatou Luiz Antonio.
Papéis entregues pelos Vedoin à CPI dos Sanguessugas e à Polícia Federal apontam que, entre 2000 e 2004, a Planam comercializou 891 ambulâncias pagas com recursos de emendas parlamentares ao orçamento da União. Dessas, 681 (quase 70%), foram vendidas até 2002.
Os donos da Planam relataram que iniciaram a compra de emendas ao orçamento em 1998, negociando diretamente com os parlamentares. Segundo eles, na época, a bancada do PSDB "conseguia aprovar tudo e, no ministério (o dinheiro) era rapidamente liberado".
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