Assessor de Lula na mira do Ministério Público

Apesar de ter sido citado 50 vezes no relatório da CPI dos Bingos, o assessor do presidente Lula, Gilberto Carvalho, ficou de fora da lista dos indiciados pela comissão. No entanto, o Ministério Público de São Paulo tomará todas as medidas necessárias para investigar Carvalho. Em entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo , o promotor de Justiça Amaro Thomé Filho disse que não entende o motivo de o assessor de Lula ter sido citado 50 vezes e ter sido excluído do indiciamento. "Não sei o por quê (da exclusão), mas isso não interfere na atuação do Ministério Público, que é o destinatário natural do relatório da comissão", afirmou Amaro Thomé, que comanda investigação sobre o esquema de corrupção no governo Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André assassinado em janeiro de 2002.


De acordo com o promotor, não importa se Gilberto Carvalho foi indiciado ou não pela CPI, pois caberá ao Ministério Público definir providências sobre o indiciamento. O Ministério Público suspeita que Carvalho estava agindo em parceria com o ex-deputado José Dirceu na arrecadação de recursos em Santo André . "Ele (Carvalho) parece estar muito mais próximo de Dirceu na captação e receptação desses recursos ilícitos do que da quadrilha que agia em Santo André", destacou Amaro Thomé. Gilberto Carvalho nega. Segundo seu advogado, o criminalista Luiz Fernando Pacheco, Carvalho já depôs diversas vezes, inclusive à CPI dos Bingos, e demonstrou que as acusações contra ele "são absurdas, sem fundamento".