Uma nova testemunha do seqüestro do prefeito de Santo André Celso Daniel, ouvida ontem pelos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e
Magno Malta (PL-ES), reforça a tese do Ministério Público de que o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, seria o mandante do crime, informa, em sua edição de hoje, o jornal
O Estado de S. Paulo.
Moradora de um prédio na rua dos Três Tombos, na Vila das Mercedes, onde Celso Daniel foi levado da Pajero de Sombra na noite de 18 de janeiro de 2002, contou aos senadores ter visto um dos seqüestradores entrar pela porta traseira do veículo, permanecer alguns instantes no banco de trás e sair. Ela não soube dizer, porém, se a pessoa levou algo.
O depoimento da testemunha coincide com o relato feito pelo preso Aírton Alves Feitosa, que sustenta ter ouvido relato segundo o qual US$ 40 mil dólares, parte do pagamento pelo seqüestro e execução de Daniel, estariam no banco de trás da Pajero e seriam levados junto com o prefeito.
"É uma informação relevante", afirmou Malta, referindo-se à nova testemunha. "Não estamos dizendo que Sérgio Gomes da Silva foi o responsável pela morte, mas a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público que o aponta como mandante."
Hoje, Sombra participa de uma acareação na CPI dos Bingos com sete pessoas presas sob a acusação de participarem da execução. O empresário nega envolvimento no caso. Integrantes da comissão, Suplicy e Malta ouviram ontem 10 testemunhas em quatro horas de ronda no local onde Celso Daniel foi seqüestrado. Dessas, apenas duas já haviam falado à polícia. As identidades serão mantidas sob sigilo.
"Estamos analisando tudo com muito cuidado. O marido da testemunha que viu um dos bandidos entrar no carro e também presenciou os acontecimentos não confirmou essa informação", disse Suplicy. "Também temos outra testemunha que contou ter socorrido o empresário, que parecia muito nervoso e pediu água com açúcar."
Outras duas testemunhas ouvidas disseram ainda que Sombra não foi abordado pelos criminosos no momento do ataque ao veículo. Outra relatou ter socorrido o empresário logo após o seqüestro e disse que ele demonstrava muito nervosismo. Pelo menos outras duas pessoas afirmaram terem visto Sombra com uma arma na mão.