O deputado José Dirceu (PT-SP) criticou mais uma vez o relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), autor do parecer que pede sua cassação. O petista, que concede entrevista coletiva neste momento, afirmou que o relator não tem provas para exigir sua perda de mandato e, para resolver o problema, "transformou suposição em evidências".
Dirceu lembrou que Delgado era líder do PPS na Câmara na época em que reportagem do Jornal do Brasil citou pela primeira vez o mensalão, em setembro de 2003. Naquele período, o ex-ministro e agora deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) também era filiado ao PPS. Miro admitiu que sabia do esquema de pagamento de dinheiro a parlamentares da base aliada.
"O líder não sabia? Ou se sabia, foi omisso?", indagou o deputado do PT, tentando mostrar que o relator usa argumento equivocado ao presumir que Dirceu, como chefe da Casa Civil, não teria como desconhecer o esquema do mensalão.
O deputado negou também que tivesse conhecimento dos empréstimos feitos por Delúbio Soares para o PT. "Não existe nenhuma prova de que eu soubesse dos empréstimos", afirmou o ex-ministro.