Em entrevista hoje à tarde à reportagem do Congresso em Foco, a deputada Angela Guadagnin (PT-SP) confirmou que apresenta na terça-feira (25) voto em separado ao relatório apresentado pelo relator do processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG). A deputada disse que seu voto aponta uma série de incorreções no texto de Delgado sobre o ex-ministro da Casa Civil.
Guadagnin afirmou que não está fazendo a defesa de José Dirceu, mas que não pôde deixar de fazer correções que acha justas. "A defesa será feita por ele. Eu não tenho nada a ver com isso. Mas um José Dirceu chefe da quadrilha do mensalão, essa imagem que está sendo divulgada pela imprensa, não corresponde à realidade", disse.
Entre um dos "erros" do voto de Delgado, a deputada cita o seguinte trecho: "(...) Em 17/02/03, o BMG concede empréstimo de R$ 2,4 milhões (ao PT). (...) Alguns meses depois, em 18/09/03, o governo edita a Medida Provisória que permite a instituições financeiras diferentes daquela onde o cliente tem conta operarem com o crédito consignado, 'evidentemente para aumentar a concorrência', como explicou o Deputado José Dirceu no dia 02/08/05 ao Conselho de Ética. No caso do nicho voltado aos aposentados, o BMG foi o primeiro banco privado a fechar o acordo, com uma vantagem de cinco meses sobre os demais interessados."
A deputada afirma que, embora a MP citada tenha sido editada em 18 de setembro, a Caixa Econômica Federal (CEF) foi o único banco a aderir ao benefício. "Os demais bancos, incluindo o BMG, só puderam aderir em 2004, após a assinatura de um decreto. Aí os bancos aderiram", explicou.
Outro ponto contestado por ela é quando Delgado em seu voto afirma que "no caso da Petros, o fundo de pensão da Petrobrás, não havia qualquer investimento no banco durante o governo passado. No início do Governo Lula, foi aplicada a quantia de R$ 5 milhões, aproximadamente. Já no segundo semestre de 2003, a Petros aumentou esse investimento em cerca de 371%, já com o investimento de R$ 24 milhões". "Pelo contrário", diz a deputada. "Houve uma redução brutal de investimentos da Petros neste governo". (Guillermo Rivera)