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Valdemar confirma caixa dois e inocenta Lula

Congresso em Foco

8/9/2005 10:05

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Ricardo Ramos


O presidente nacional do PL e ex-deputado Valdemar Costa Neto afirmou ontem, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão, que recebeu R$ 6,5 milhões do PT, por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes, para custear gastos da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. O dinheiro teria sido usado no pagamento de fornecedores, alguns deles do próprio PT. Ele disse, no entanto, não possuir notas fiscais dos serviços prestados.

"Para as eleições de 2002, involuntariamente, recebi dinheiro não-oficializado do PT. (O recurso) foi totalmente gasto na campanha do presidente Lula no segundo turno", afirmou.

Apesar de reconhecer que dívidas da chapa PT-PL foram quitadas com recursos de caixa dois, Valdemar ressaltou que Lula não teve participação direta nas discussões sobre a transação financeira entre os dois partidos, mas apenas nas costuras políticas. As questões financeiras teriam sido tratadas exclusivamente com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

"Com o presidente Lula foram conversas políticas. O presidente nunca conversou nada de assuntos econômicos", afirmou. O acordo inicial previa o repasse de R$ 10 milhões do Partido dos Trabalhadores para o PL. A legislação eleitoral proíbe a transferência de recursos de uma legenda para outra.

"O Delúbio tinha autonomia para tudo dentro do PT. Autonomia financeira. Tenho certeza que Delúbio nunca discutiu com Lula os empréstimos da SMPB. Eu vi a relação deles, Delúbio tinha autonomia", afirmou.

Valdemar se disse vítima de chantagem do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que o teria ameaçado com as denúncias do suposto pagamento de mesadas a deputados, o mensalão. "Em duas ocasiões o Jefferson me procurou com uma proposta de acordo. Eu rejeitei", afirmou Valdemar.

Em uma delas, o petebista teria proposto divulgar um documento no qual inocentaria o PL das acusações feitas anteriormente, em troca da retirada do processo de quebra de decoro parlamentar contra Jefferson no Conselho de Ética. "Abri mão do meu mandato para não sofrer as chantagens de Jefferson", sustentou o presidente do PL, que renunciou ao mandato no dia 1º de agosto para escapar de uma eventual cassação.

O ex-deputado, que contou no depoimento com o apoio de boa parte da bancada do PL na Câmara, começou a depor às 12h30 na CPI do Mensalão. Ele rechaçou a acusação de Jefferson de que dirigentes do PL recebiam e repassavam para a bancada propina para votarem de acordo com as orientações do governo. "Ele (Roberto Jefferson) falou isso para desviar o foco de corrupção de cima dele", disse Valdemar. "O envolvimento do PL no mensalão é uma fantasia", completou.

O depoimento de Valdemar durou cerca de sete horas. Ainda no início da tarde, o presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), avaliou como repetitivas as declarações do presidente do PL. "Ele não acrescentou nada de novo, disse tudo o que já foi falado", afirmou Lando, para quem a comissão deve buscar provas das declarações.

Valdemar falou à comissão como investigado, pois pessoas ligadas a ele, como o ex-tesoureiro Jacinto Lamas, sacaram recursos das contas do empresário Marcos Valério. Valdemar assumiu, há duas semanas em entrevista à revista Época, que o PL recebeu dinheiro de caixa dois para saldar dívidas de campanha.

Segundo ele, foram destinados ao partido R$ 6,5 milhões - e não os R$ 10,8 milhões informados por Simone Vasconcelos, diretora-financeira de uma das agências de Valério. Ontem mesmo, contudo, Valério divulgou nota em que reafirma que, a pedido de Delúbio, repassou quase R$ 11 milhões ao Partido Liberal.

Veja os principais trechos do depoimento de Valdemar, que depõe novamente hoje, desta vez no Conselho de Ética da Câmara:

Caixa dois na campanha de Lula
O ex-deputado confirmou que recebeu do empresário, a partir do dia 26 de fevereiro de 2003, recursos referentes a dívidas ao apoio do PL na campanha presidencial de 2002. "O PL não viu um único tostão deste dinheiro. Ele foi totalmente empregado na campanha do presidente Lula", afirmou. Segundo ele, foram pagos ao longo de 18 meses R$ 6,5 milhões em dívidas. Desse total, R$ 4,7 milhões não tiveram recibo.

Parte desses recursos ilegais era para ser gasto, segundo ele, com fornecedores do PT.

Guaranhuns
O presidente do PL confirmou que os pagamentos das dívidas de campanha eram feitos em cheques da SMP&B destinados à Guaranhus, empresa com sede no país, mas cujo capital social pertence a uma trading uruguaia. O tesoureiro do partido, Jacinto Lamas, ia até Belo Horizonte pegar os cheques, em envelopes sacados. Lamas levava-os então para São Paulo e entregava-os para um representante do PT, designado pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, que fazia a troca dos papéis por dinheiro vivo. Os três cheques somavam R$ 1,2 milhão.

A outra parte dos recursos foi paga em hotéis em Brasília e em São Paulo. "Avisei que não queria receber em cheque", disse Valdemar, que se intitulou o "único responsável pelo pagamento de materiais de campanha".

O empresário Marcos Valério divulgou nota ontem desmentido à declaração de Valdemar, segundo a qual o presidente do PL não conhecia a empresa Guaranhuns. Segundo Valério, foi o tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, quem lhe o apresentou à Guaranhuns por indicação de DElúbio.

Marcos Valério reafirmou que repassou, sob a orientação do ex-tesoureiro petista, R$ 10.837.500,00, dos quais R$ 6.037 milhões destinados à Guaranhuns. Os demais R$ 3,8 milhões foram pagos em cheques nominais do Banco Rural.

Participação de Lula
O presidente do PL disse que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva não participou dos acordos financeiros para a campanha de 2002. Apenas das costuras políticas. "Com o presidente Lula foram conversas políticas. O presidente nunca conversou nada de assuntos econômicos", afirmou.

Valdemar disse que foi montado um esquema de gestão conjunta de recursos entre a chapa PT-PL para a campanha de 2002, e não uma ajuda financeira ao partido dele. Pelo acordo, que seguia a proporcionalidade das duas bancadas, 75% do caixa da campanha iriam para o PT e 25%, para o PL. Como a expectativa era de que a campanha arrecadasse R$ 40 milhões, 10 milhões iriam para o partido.

Mas o PL, segundo ele, só recebeu R$ 6,5 milhões. Com a verticalização, ficou difícil o partido de Valdemar alcançar os 5% mínimos para ter acesso às verbas do Fundo Partidário. O partido só alcançou 4,3%.

Participação de Dirceu
Segundo o presidente do PL, o ex-ministro da Casa Civil e deputado José Dirceu (PT-SP) era "o cabeça" do PT. Valdemar disse que Dirceu teria sido informado das dívidas não pagas da campanha. Ele negou, contudo, que o ex-ministro tenha participado diretamente dos pagamentos. "O Delúbio vai resolver tudo", dizia Dirceu, segundo Valdemar.

Participação de Delúbio
Afirmou que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares tinha autonomia para gerir as finanças do partido. Reafirmou ainda que a afirmar Lula desconhecia as negociações de Delúbio com o empresário Marcos Valério. "O Delúbio tinha autonomia para tudo dentro do PT. Autonomia financeira. Tenho certeza que Delúbio nunca discutiu com Lula os empréstimos da SMP&B. Eu vi a relação deles, Delúbio tinha autonomia", sustentou.

A desorganização do PT, segundo ele, fez com que Delúbio não honrasse os compromisso assumidos com o PL durante a campanha eleitoral de 2002. "Nunca tinha visto tanta organização em um partido. Mas quando começou a campanha nunca vi tanta desorganização", afirmou Costa Neto, segundo quem todos os candidatos, em vão, iam pedir dinheiro ao ex-tesoureiro do PT.

Aliança com o PT
Embora tenha dito que desta vez "deu tudo errado", Valdemar disse que faria novamente alianças com o PT onde, segundo ele, encontrou "quadros excelentes" e "gente altamente qualificada".  

Candidatura em 2006
Disse que não tem intenção de se candidatar nas eleições do ano que vem. O presidente do PL afirmou que sua renúncia não tinha era uma tentativa de se livrar de uma eventual cassação de direitos políticos. "Não renunciei por causa disso", declarou.


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